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América Latina

EUA dizem que ainda há "trabalho a fazer" com Cuba antes de abrir embaixadas

12 mai 2015 - 16h20
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Depois de o presidente cubano, Raúl Castro, declarar que a partir do fim de maio será possível proceder a "nomear embaixadores", os Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira que ainda há "trabalho a fazer" com Cuba antes de abrir embaixadas nas respectivas capitais.

"Uma troca de embaixadores seria um procedimento lógico, mas unicamente quando as relações diplomáticas forem restabelecidas, e não temos um prazo fixo para isso, continuamos negociando. Ainda temos trabalho a fazer antes de estarmos preparados para dar esse passo", comentou um porta-voz do Departamento de Estado, Jeff Rathke, em sua entrevista coletiva diária.

Castro disse que a negociação entre Cuba e Estados Unidos "vai bem" e que, após a saída oficial da ilha da lista de países patrocinadores do terrorismo, no fim de maio, será possível "nomear embaixadores".

"No dia 29 de maio (quando termina o prazo de 45 dias), essa injusta acusação já terá sido suspensa e poderemos nomear os embaixadores", opinou Castro, em referência à data em que entrará em vigor a decisão anunciada em abril pelo presidente americano, Barack Obama, sobre a saída de Cuba da lista.

O porta-voz americano ressaltou nesta terça-feira que os Estados Unidos "sempre mantiveram" que o processo de restabelecimento de relações diplomáticas com Cuba, rompidas desde 1961, "se basearia no andamento" das negociações e não na vontade de concluir logo o processo.

"Não estamos operando em um prazo fixo, ainda temos assuntos que precisam ser resolvidos e não temos uma data limite para fazer isso", afirmou Rathke.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse hoje aos jornalistas que Obama "poderia" já ter preparado uma lista de candidatos a embaixador americano em Cuba, mas ainda não há nenhum anúncio a fazer a respeito.

Enquanto isso, Rathke garantiu que ainda não há uma data "confirmada" para a quarta rodada de negociações com Cuba para restabelecer as relações, mas disse que o "lógico" seria realizá-la em Washington, visto que até agora esse diálogo se alternou entre Havana e a capital americana.

A última rodada de negociações aconteceu em março, em Havana, quase um mês antes da Cúpula das Américas no Panamá, onde Obama e Castro se encontraram pessoalmente.

Antes de abrir uma embaixada em Havana, os Estados Unidos querem garantir, entre outras coisas, a liberdade de movimentação dos diplomatas americanos em Cuba.

Castro lembrou nesta terça-feira que foi o governo de Ronald Reagan que impôs limites ao deslocamento dos funcionários cubanos na capital americana e em Nova York.

No entanto, admitiu que sua maior preocupação é o comportamento que terão os diplomatas da embaixada americana em Havana, que, segundo disse, "dão aulas e teleconferências" a "jornalistas independentes".

Os EUA insistiram hoje que a normalização de relações tem que acontecer antes da abertura de embaixadas, já Castro opinou que para chegar à fase de normalização "é preciso eliminar o bloqueio completo" a Cuba e "a base de Guantánamo deve ser devolvida".

EFE   
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