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América Latina

Estudantes entram em confronto com policiais no México

Jovens estudam no mesmo colégio dos 43 alunos desaparecidos em setembro do ano passado

28 mar 2015 - 23h17
(atualizado em 29/3/2015 às 08h11)
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<p>Um homem usa uma bandana com a mensagem "Justiça; somos todos Ayotzinapa," durante uma marcha para lembrar o sexto mês do desaparecimento de 43 estudantes universitários rurais, na cidade do México, em 26 de março</p>
Um homem usa uma bandana com a mensagem "Justiça; somos todos Ayotzinapa," durante uma marcha para lembrar o sexto mês do desaparecimento de 43 estudantes universitários rurais, na cidade do México, em 26 de março
Foto: Marco Ugarte / AP

Estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, à qual pertenciam os 43 estudantes desaparecidos em setembro no México, entraram em confronto neste sábado com a tropa de choque da polícia na entrada de Chilpancingo, capital do estado sulista de Guerrero.

Os agentes detiveram os estudantes, que viajavam de ônibus, provocando um enfrentamento em que os agentes utilizaram gás lacrimogêneo e os alunos da Normal de Ayotzinapa usaram pedras e paus.

Pais de estudantes desaparecidos fazem caravanas pelo México:

Dois estudantes foram detidos e outros dois ficaram feridos, além de quatro policiais feridos, de acordo com a imprensa.

Em seguida os estudantes se dirigiram para a escola, localizada no município de Tixtla, mas ao passar pelo comando da polícia municipal incendiaram uma patrulha da Secretaria de Segurança Pública e uma ambulância de Defesa Civil.

Vidulfo Rosales, advogado do Centro de Direitos Humanos Tlachinollan, que apoia os familiares dos estudantes desaparecidos em setembro, indicou que "os companheiros foram realizar um ato de protesto em Zumpango, e ao retornar tomaram um ônibus".

"Nos preocupa que haja este tipo de coerção e repressão, argumentando que (as autoridades) estão protegendo os bens da população e acusaram os estudantes de roubo de ônibus, o que segundo a autoridade exigiria uma ação penal por parte do Estado", declarou.

O desaparecimento dos 43 estudantes em 26 de setembro do ano passado por membros do crime organizado e autoridades corruptas provocaram protestos muitas vezes violentos em todo o México e uma crise política em Guerrero que ameaça impedir a realização das eleições no estado, marcadas para 7 de junho.

Os familiares dos desaparecidos lideraram na quinta-feira diversos atos de protesto, incluindo um comício na sede do Instituto Nacional Eleitoral (INE) na Cidade do México, onde uma delegação de parentes se reuniu com membros do Conselho Geral do organismo.

No encontro, os pais entregaram um documento em que colocaram uma série de alternativas às eleições, argumentando que não existem condições para escolher autoridades em Guerrero.

Mais de 83 milhões de mexicanos estão convocados às urnas em todo o país para escolher 1.996 cargos, incluídos 500 deputados federais e os governadores de nove estados, entre eles Guerrero.

EFE   
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