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América Latina

Espanha pede desculpas à Bolívia por incidente com avião de Evo Morales

15 jul 2013 - 19h04
(atualizado às 19h36)
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O governo espanhol apresentou nesta segunda-feira à chancelaria boliviana uma nota para manifestar suas desculpas pelo incidente com o avião do presidente Evo Morales na Europa há duas semanas e expressou sua confiança em que o tema será liquidado e as relações bilaterais se manterão em um bom nível.

A nota foi entregue pelo embaixador da Espanha em La Paz, Ángel Vázquez, que lamentou o proceder de seu colega em Viena, Alberto Carnero, a quem Morales acusou de pretender inspecionar seu avião para verificar se com ele viajava o ex-técnico da CIA, Edward Snowden, requerido pelos Estados Unidos por divulgar informação confidencial.

"Lamentamos esse fato, apresentamos nossas desculpas por esse proceder, que não foi adequado e que incomodou o presidente e lhe pôs em uma situação difícil e imprópria de um chefe de Estado", disse Vázquez em declarações à imprensa após entregar a nota ao vice-chanceler da Bolívia, Juan Carlos Alurralde.

Em seu retorno à Bolívia da Rússia há duas semanas, Morales teve que permanecer mais de 13 horas em Viena porque Itália, França e Portugal negaram as permissões para sobrevoar ou aterrissar em seus territórios sob a suspeita que Snowden estava no avião presidencial.

Snowden está na área de passagem do aeroporto moscovita de Sheremétievo desde o último dia 23 de junho.

A Espanha foi incluída no protesto boliviano pela atuação de Carnero, que indignou a Morales, segundo o próprio líder.

Vázquez insistiu hoje que "a Espanha lamenta profundamente" o incidente e expressou que sua nação "deseja que, com estas gestões, se possa dar por liquidado" o tema e as relações com um "país irmão" como a Bolívia sejam as "melhores".

"Espanha e Bolívia têm relações que vão além de qualquer incidência, de qualquer circunstância como a que agora vivemos e espero e tenho certeza que as autoridades bolivianas entendem do mesmo modo", acrescentou.

Vázquez ressaltou que a Espanha reconhece e respeita "os princípios do direito internacional que protegem a inviolabilidade dos chefes de Estado e dos aviões nos quais se deslocam" e expressou sua confiança em que situações como as que viveu Morales não se repetirão no futuro.

O bloqueio ao avião de Morales foi condenado por organismos regionais como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), o Mercosul e a Organização dos Estados Americanos (OEA), que reivindicaram aos países europeus envolvidos explicações e desculpas pelo incidente.

EFE   
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