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América Latina

Entre descrença e lágrimas, venezuelanos digerem morte de Chávez

6 mar 2013 - 00h34
(atualizado às 01h48)
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Dezenas de venezuelanos se reuniram nesta terça-feira perto do Hospital Militar de Caracas, onde o carismático presidente Hugo Chávez morreu depois de perder uma batalha contra o câncer que não lhe deu trégua por quase dois anos.

Simpatizantes do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, reagem ao anúncio da morte do mandatário, no lado de fora do hospital onde ele estava sendo tratado, em Caracas, na Venezuela, na terça-feira. 05/03/2013
Simpatizantes do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, reagem ao anúncio da morte do mandatário, no lado de fora do hospital onde ele estava sendo tratado, em Caracas, na Venezuela, na terça-feira. 05/03/2013
Foto: Carlos Garcia Rawlins / Reuters

Alguns clamavam "Chávez vive, a luta continua!", enquanto outros custavam acreditar que o homem que governou a Venezuela nos últimos 14 anos morreu, apenas semanas depois de voltar de Cuba, onde foi submetido à quarta cirurgia por um tumor na região pélvica.

"Agora é o momento do povo. Agora temos que continuar a sua luta. Temos que demonstrar que o que ele fez não foi em vão", disse, em lágrimas, Jamila Rivas, de 49 anos, em frente ao hospital.

O vice-presidente do país, Nicolás Maduro, foi encarregado de anunciar a notícia da morte do líder de 58 anos, que rapidamente passou de boca em boca nas ruas movimentadas da capital.

"Fiquei sabendo no metrô, as pessoas começaram a dizer 'Chávez morreu'", disse Aleida Rodriguez, uma dona de casa de 50 anos que soluçava no meio da rua, no lado leste de Caracas.

"Eu estava esperando, diziam que não ia se recuperar, o admirava, era um homem excelente", afirmou.

Não muito longe, em um reduto da oposição no leste de Caracas, os motoristas tocaram as buzinas de seus carros, logo que a notícia foi divulgada.

O trânsito normalmente caótico na capital imediatamente entrou em colapso e houve problemas para se comunicar por telefone. Diversas lojas e fábricas fecharam mais cedo por receio de que houvesse violência nas ruas.

No entanto, em áreas emblemáticas de Caracas, como a praça Bolívar, onde centenas de pessoas cantaram o hino nacional aos prantos, o clima era de tranquilidade.

Os ambíguos comunicados oficiais dos últimos meses sobre a saúde do presidente alimentaram uma onda de boatos de todos os tipos e, até o final, geraram dúvidas sobre as condições reais do presidente.

"Começaram a me passar mensagens de texto e fui para outro escritório e Maduro estava dizendo que ele tinha morrido, mas, para mim, estava morto há muito tempo", disse Evelyn Carrero, uma advogada de 50 anos, que ia apressada e assustada para sua casa.

(Reportagem adicional de Carlos Garcia e Gupta Girish)

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