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América Latina

Dilma expressa "repúdio" a "constrangimento" sofrido por Evo Morales

4 jul 2013 - 00h52
(atualizado às 02h32)
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A presidente Dilma Rousseff expressou nesta quarta-feira "indignação e repúdio" ao "constrangimento imposto" por "alguns países europeus" ao presidente da Bolívia, Evo Morales, que foi forçado a permanecer 13 horas na Áustria depois que Portugal, França e Itália impediram a aterrissagem do voo que o leva da Rússia a seu país.

Dilma afirmou que essa ação compromete o diálogo entre América Latina e Europa "e as possíveis negociações entre eles".

Morales, que retornava de Moscou após participar em reunião de países produtores de gás, permaneceu retido no aeroporto de Viena depois que três países impediram seu avião de sobrevoar seus territórios ou aterrissar neles, uma situação que o governo boliviano qualificou como "sequestro".

Os países europeus agiram sob suspeita de que o avião presidencial boliviano estivesse levando a bordo o ex-técnico da CIA Edward Snowden.

"O noticiado pretexto dessa atitude inaceitável - a suposta presença de Edward Snowden no avião do Presidente -, além de fantasiosa, é grave desrespeito ao Direito e às práticas internacionais e às normas civilizadas de convivência entre as nações. Acarretou, o que é mais grave, risco de vida para o dirigente boliviano e seus colaboradores", afirmou Dilma na nota.

"Causa surpresa e espanto que a postura de certos governos europeus tenha sido adotada ao mesmo momento em que alguns desses mesmos governos denunciavam a espionagem de seus funcionários por parte dos Estados Unidos, chegando a afirmar que essas ações comprometiam um futuro acordo comercial entre este país e a União Europeia", acrescenta o texto.

Para Dilma, "o constrangimento ao presidente Morales atinge não só à Bolívia, mas a toda América Latina. Compromete o diálogo entre os dois continentes e possíveis negociações entre eles. Exige pronta explicação e correspondentes escusas por parte dos países envolvidos nesta provocação"

O governo brasileiro, segundo a nota, expressa "sua mais ampla solidariedade ao presidente Evo Morales e encaminhará iniciativas em todas instâncias multilaterais, especialmente em nosso continente, para que situações como essa nunca mais se repitam".

A agenda oficial da presidente Dilma para amanhã foi divulgada no final da noite e não incluiu a viagem para uma reunião de emergência de chefes de Estado convocada pela União das Nações Sul-americanas (Unasul) para tratar do assunto amanhã em Cochabamba (Bolívia).

Em seu perfil oficial no Twitter, o Ministério das Relações Exteriores publicou que vai fazer um pronunciamento sobre o caso e que vai agir em "coordenação" com os demais países da Unasul para "uma ação conjunta de repúdio", mas não informou quem será o representante do país na reunião.

Organizações sociais na Bolívia preparam uma grande boa-vinda a Morales hoje à noite em La Paz, quando desembarcar procedente de Fortaleza, última escala de um trajeto que também o levou de Viena às Ilhas Canárias, na Espanha.

EFE   
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