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América Latina

De la Calle espera conseguir "passo a passo" acordo de paz para Colômbia

10 ago 2013 - 16h28
(atualizado às 17h01)
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O chefe das negociações do governo colombiano nas conversas de paz com a guerrilha comunista das FARC, Humberto de la Calle, disse neste sábado que espera construir "passo a passo" um acordo que ponha fim ao conflito armado de quase meio século.

"Passo a passo esperamos conseguir este acordo para o fim do conflito, passo a passo estamos dando uma oportunidade à paz, nunca chegamos tão longe" em negociações com as FARC, disse De la Calle à imprensa, no final de ciclo de negociações em Havana e início de um recesso até 19 de agosto.

"Discutimos a participação política com as FARC (neste ciclo) porque esperamos que, a partir da assinatura do acordo (de paz), deixem suas armas, se desmobilizem e se incorporem à democracia", acrescentou o negociador, que viajaria este sábado à Bogotá para encontrar o presidente Juan Manuel Santos.

O governo da Colômbia e as FARC - a guerrilha mais antiga da América Latina com cerca de 8.000 combatentes - iniciaram em novembro de 2012 em Havana um processo de paz com uma agenda de cinco pontos: desenvolvimento rural (já com acordo), participação política, drogas ilícitas, abandono das armas e indenização às vítimas.

De la Calle disse que "quem se opõe ao processo (de paz) tem direito a se expressar livremente", mas será a "maioria" da sociedade colombiana "que tomará as decisões".

O ex-presidente colombiano Alvaro Uribe (2002-2010) e setores ligados a ele foram muito críticos com o processo de paz e criticaram Santos por dialogar com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

"Cada um de vocês, os colombianos, terão a possibilidade e o poder de decidir sobre a conveniência desses acordos" de paz, expressou De la Calle, em alusão a que eles seriam submetidos a uma consulta ou referendo.

Em um comunicado conjunto, ambas as delegações negociadoras informaram este sábado que neste ciclo "se apresentaram e discutiram propostas sobre direito e garantias da oposição em geral, e em particular para os movimentos que possam surgir de um eventual acordo de paz".

"No âmbito da discussão desses temas, escutamos a contribuição de quatro destacados professores e acadêmicos colombianos", disse o texto conjunto, sem mencionar seus nomes.

O novo ciclo de negociações começará no dia 19 de agosto, disseram as partes.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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