Cúpula das Américas termina sem resultados significativos
16 abr2012 - 10h12
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A 6ª Cúpula das Américas terminou neste domingo, em Cartagena das Índias, sem resultados substanciais e nem mesmo uma declaração final, tão grande foram as divergências entre os países participantes.
Em vez disso foram divulgados apenas três comunicados sobre os principais pontos da reunião. Para o anfitrião, o presidente colombiano Juan Manuel Santos, a reunião não foi um fracasso. "O fato de não haver uma declaração final não significa um fracasso da cúpula. Ao contrário: o fato de termos debatido os temas é um sucesso", comentou o colombiano.
De fato, os 31 chefes de estado debateram temas controversos com uma sinceridade raramente vista. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ouviu pacientemente as numerosas críticas vindas dos países latino-americanos, por exemplo sobre o tema Cuba. Apenas o Canadá apoiou os EUA; todos os demais países se manifestaram contra a política de embargo à Cuba.
EUA exigem reformas em Cuba
"Pela primeira vez a maioria dos países expressou sua posição, afirmando 'nós queremos que Cuba participe das futuras cúpulas'. Isso tem um peso político importante. Isso nunca aconteceu antes e deve iniciar uma série de aproximações que, oxalá, vão permitir que teremos Cuba na próxima cúpula. Mas isso é um processo", argumentou Santos.
Obama já havia deixado claro antes do início da cúpula que os EUA são contra a futura participação de Cuba no encontro. Para o presidente, primeiramente o país comunista precisa criar estruturas e processos democráticos, como eleições livres. Essa atitude impediu uma declaração final conjunta, já que muitos países, como a Bolívia, condicionaram sua assinatura a uma posição pró-Cuba.
O presidente boliviano, Evo Morales, disse ter dúvidas de que uma nova Cúpula das Américas venha a ocorrer. Para ele, não é possível que um país seja contra a participação de Cuba. "Isso obriga os países latino-americanos e do Caribe a se unirem, como uma outra OEA, sem os Estados Unidos. Estou convencido de que há uma rebelião contra as imposições do governo dos Estados Unidos".
Tema drogas segue na agenda
A legalização e descriminalização das drogas, tema exigido por alguns países da América Central, também foi um tema discutido abertamente na reunião. Mas também nesse ponto não se chegou a uma conclusão. Segundo o presidente colombiano, o tema permanecerá na agenda.
"Encarregamos a OEA de verificar se a atual política contra drogas está funcionando, que resultados está obtendo, se há alternativas mais eficazes e menos caras. Nós iniciamos a discussão, o que é um passo importantíssimo", comentou o presidente colombiano.
A próxima Cúpula das Américas está marcada para ocorrer daqui a três anos, no Panamá. Diante da grande divergência de opiniões, ainda não se sabe se ela de fato vai acontecer.
Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, em obra do caricaturista Martín Bayona. O governante recebe dezenas de líderes no próximo fim de semana para a Cúpula das Américas, em Cartagena
Foto: Martín Bayona / Reprodução
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner
Foto: Martín Bayona / Reprodução
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega
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O primeiro-ministro das Bahamas, Hubert Alexander Ingraham
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O presidente do Chile, Sebastián Piñera
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O primeiro-ministro da Guiana, Samuel Archibald
Foto: Martín Bayona / Reprodução
O presidente do Paraguai, Fernando Lugo
Foto: Martín Bayona / Reprodução
O presidente do Peru, Ollanta Moisés Humala Tasso
Foto: Martín Bayona / Reprodução
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff
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O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Joseph Harper
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O presidente do México, Felipe Calderón
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A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad‐Bissessar
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O presidente da Bolívia, evo Morales
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O primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Everard Gonsalves
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O presidente do Uruguai, José Alberto Mujica
Foto: Martín Bayona / Reprodução
O presidente do Suriname, Desiré Delano Bouterse
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O presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina
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O primeiro-ministro de Belize, Dean Oliver Barrow
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O presidente do Haiti, Michel Joseph Martelly
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama
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O primeiro-ministro de Santa Lúcia, Kenny Davis Anthony
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O primeiro-ministro de Granada Tillman Joseph Thomas
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O primeiro-ministro de Antígua e Barbuda, Winston Baldwin Spencer
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O primeiro-ministro de Barbados, Freundel Jerome Stuart
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O presidente do panamá, Ricardo Alberto Martinelli Berrocal
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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez
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A presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla Miranda
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O presidente de Honduras, Porfirio Lobo Sosa
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O presidente de El Salvador, Carlos Mauricio Funes Cartagena
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O primeiro-ministro de São Cristóvão e Nevis, Denzil Llewellyn Douglas
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O presidente da República Dominicana, Leonel Fernández
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O primeiro-ministro da Dominica, Roosevelt Skerrit
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A primeira-ministra da jamaica, Portia Simpson Miller
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O presidente do Equador, Rafael Correa, que anunciou que não irá à Cúpula em apoio a Cuba, que não participará
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A cantora Shakira, embaixadora da boa vontade das Nações Unidas
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