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América Latina

Cuba quer iniciar logo conversas sobre direitos humanos com EUA

26 mar 2015 - 15h48
(atualizado às 15h48)
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Cuba propôs nesta quinta-feira que uma conversa pendente com os Estados Unidos sobre direitos humanos aconteça na terça-feira que vem em Washington, paralelamente às negociações em curso sobre a restauração dos laços diplomáticos que foram cortados em 1961.

Autoridade do Ministério das Relações Exteriores de Cuba Pedro Luis Pedroso concede entrevista. 26/03/2015.
Autoridade do Ministério das Relações Exteriores de Cuba Pedro Luis Pedroso concede entrevista. 26/03/2015.
Foto: Stringer / Reuters

“Estas conversas sobre direitos humanos constituem um exemplo da disposição de Cuba para abordar qualquer tópico com os Estados Unidos, apesar de nossas diferenças”, disse Pedro Luis Pedroso, funcionário do Ministério das Relações Exteriores cubano especializado em legislação internacional, aos repórteres em Havana.

A proposta surgiu em um momento no qual o progresso rumo à normalização das relações diplomáticas entre os adversários de longa data parece ter desacelerado. As autoridades dos EUA não comentaram de imediato a oferta de Havana, que levaria a questão dos direitos humanos a ser tratada de forma separada da restauração dos laços diplomáticos.

As conversas diplomáticas começaram com grande alarde em janeiro. Desde então elas se tornaram mais sigilosas, e agora os dois lados estão minimizando nos bastidores as perspectivas de reabertura das embaixadas nos dois países antes da Cúpula das Américas, que acontece entre os dias 10 e 11 de abril no Panamá.

A reunião proposta seria a primeira do tipo entre os ex-rivais da Guerra Fria. Críticos norte-americanos da abertura do presidente dos EUA, Barack Obama, a Cuba vêm denunciando o histórico do governo comunista da ilha no quesito direitos humanos, enfatizando o sistema de partido único e a repressão à liberdade de expressão e de reunião.

Cuba, por sua vez, criticou os EUA pelas disparidades raciais e o tratamento dos detidos na base militar da Baía de Guantánamo. Havana também diz que a saúde e a educação públicas são direitos humanos que proporciona em casa e no exterior.

“Há sistemas políticos e modelos de democracia diferentes... vivemos em um mundo plural, e esse pluralismo também deveria se aplicar ao caso de Cuba”, afirmou Pedroso.

Cuba propôs o diálogo sobre direitos humanos pela primeira vez no ano passado, e reiterou a ideia inclusive diante de representantes dos dois lados em Havana em janeiro, quando se discutiram as relações diplomáticas.

As tratativas continuaram em Washington em fevereiro e novamente em Havana este mês, mas as duas partes não anunciaram quando devem voltar a se reunir.

Obama e o presidente cubano, Raúl Castro, devem comparecer à Cúpula das Américas, que pode marcar seu primeiro encontro pessoal desde que os dois líderes anunciaram simultaneamente a nova direção do relacionamento bilateral em 17 de dezembro último.

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