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América Latina

Cristina comemora dez anos de governo Kirchner com grande ato em Buenos Aires

25 mai 2013 - 21h10
(atualizado às 21h38)
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A presidente argentina, Cristina Kirchner, defendeu neste sábado "outra década vencida" que suceda à iniciada há dez anos por seu marido, o falecido ex-presidente Néstor Kirchner, baseada na solidariedade dos argentinos e na luta pela igualdade.

Cristina encerrou nesta noite os atos com os quais a Argentina lembrou hoje os 203 anos da Revolução de Maio, antecedente da independência da Espanha, que nesta ocasião coincidiu com o 10º aniversário da chegada ao poder de Néstor Kirchner.

"Esta foi uma década vencida, para a infelicidade de alguns, mas não foi vencida pelo governo e, sim, pelo povo", assegurou a presidente argentina perante uma multidão que se reuniu na emblemática Plaza de Mayo de Buenos Aires desde primeira hora do dia.

Após realizar um repasse histórico da situação do país desde sua independência da Espanha, Cristina destacou as conquistas dos governos de seu marido e o seu, "as duas pessoas que mais foram atacadas na história depois de (Juan Domingo) Perón e Evita".

"Mas não me queixo, porque sabemos que isso acontece quando se defende os interesses do povo. Eles (o casal Perón) também afetaram interesses, porque antes de sua chegada havia exploração no país, mas mostraram aos argentinos que ao lado de cada necessidade tinham um direito", acrescentou.

"Nós conseguimos avançar em temas como direitos humanos, trabalho, inclusão social e educativa. Cada jovem e cada mulher que pode estudar e trabalhar tem instrumentos agora para brigar por seus direitos", completou Cristina.

No entanto, ressaltou a presidente, "ainda tenho uma obsessão: que os 40 milhões de argentinos se organizem de forma unida e solidária e que entendam e compreendam quais e onde estão seus verdadeiros interesses".

"É preciso olhar para cuidar de tudo que conquistamos. Temos o dever de não depender de uma pessoa e a necessidade de dar poder a nós mesmos. Precisamos de unidade no processo de transformação econômica, de inclusão social e de reformas políticas", advertiu.

A presidente argentina falou também sobre a polêmica reforma da Justiça impulsionada por seu governo e assegurou, mais uma vez, que se trata de "democratizá-la".

Como em discursos anteriores, Cristina reiterou que não é "eterna", e "também não quero ser", especificou, "por isso é preciso garantir poder ao povo, para que ninguém possa roubar estas conquistas".

Nesse sentido, se referiu aos que preveem o "fim de um ciclo" e afirmou que a mudança de um governo a outro não deve significar o fim dos avanços alcançados.

"O nosso não é um modelo econômico, mas um projeto político com objetivos econômicos, sociais e culturais", comentou a presidente argentina, salientando que seu governo seguirá respondendo às críticas com "ação, sacrifício e participação".

Cristina aproveitou para atacar os grandes monopólios, "que são os que controlam os preços", junto com os empresários, "e não o governo nem os trabalhadores", e voltou a reivindicar a soberania das ilhas Malvinas.

Lembrou, além disso, a ditadura argentina, "o período mais trágico de nossa história", e garantiu que, apesar de ter conseguido que os genocidas sejam julgados e cumpram suas penas em prisões, o país tem ainda uma "imensa dívida" com os familiares das vítimas.

Com a lembrança permanente de seu marido, a presidente concluiu pedindo mais uma vez aos argentinos "que tenham memória, sejam inteligentes, e pensem na pátria", porque "todos somos a pátria".

EFE   
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