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América Latina

Corte argentina rejeita apelação contra decisão que livra Cristina Kirchner de acusações

26 mar 2015 - 19h38
(atualizado às 19h38)
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Uma corte de apelação manteve nesta quinta-feira uma decisão judicial emitida por um tribunal no mês passado que livra a presidente argentina, Cristina Kirchner, das acusações de ter tentado atrapalhar a investigação sobre um ataque à bomba realizado em 1994.

Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acena ao deixar o Congresso da Argentina, em Buenos Aires. 01/03/2015
Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acena ao deixar o Congresso da Argentina, em Buenos Aires. 01/03/2015
Foto: Martin Acosta / Reuters

O falecido promotor argentino Alberto Nisman havia acusado Cristina de ter tentado acobertar um suposto envolvimento do Irã no atentado, em que um caminhão-bomba explodiu contra um centro comunitário da Associação Mútua Israelita Argentina (Amia), em Buenos Aires. Nisman disse que a presidente tomou a atitude com o objetivo de fechar com Teerã um acordo de troca de grãos por petróleo.

Um tribunal livrou a presidente, que encontra-se no final de seu segundo mandato, das acusações no mês passado, e o Irã nega qualquer envolvimento no atentado.

Os juízes que compõem a Câmara Federal de Apelações argentina rejeitaram o recurso por 2 votos a 1, “devido a falta de evidências” contra Cristina, de acordo com o texto da decisão oficial. Uma segunda tentativa de reabrir o caso pode ser feita em uma outra corte de apelações, ou ser levada diretamente ao Supremo Tribunal da Argentina.

Nisman foi encontrado morto em seu apartamento em 18 de janeiro, quatro dias depois de ter protocolado a denúncia contra Cristina. A morte misteriosa do promotor deu margem à proliferação de teorias da conspiração, algumas envolvendo a presidente, que pode ter seus últimos meses no cargo ofuscados pelo caso.

A morte de Nisman pesou sobre a popularidade da presidente de 62 anos, que está impedida constitucionalmente de concorrer a um terceiro mandato na eleição geral marcada para outubro.

Na semana passada, o governo acusou Nisman de ter recebido complementos irregulares ao seu salário, cuja origem seria o especialista em TI com o qual trabalhava em sua investigação original, sobre o atentado à bomba contra a Amia.

O chefe de gabinete de Cristina disse que Nisman gastou o dinheiro irregular em champanhe, mulheres e férias extravagantes. A acusação causou revolta na oposição, esquentando ainda mais um escândalo que há dois meses abala a Argentina.

Pesquisas de opinião mostraram que o caso Nisman aumentou a vontade entre os eleitores de ver uma mudança política em dezembro, quando o próximo presidente assumirá o cargo. Tal sentimento tem favorecido o candidato Mauricio Macri, atual prefeito de Buenos Aires.

(Reportagem adicional de Eliana Raszewski e Richard Lough)

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