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América Latina

Correa pede respaldo para a polícia e diz que rebelião foi de poucos

2 out 2010 - 13h24
(atualizado às 13h53)
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O presidente do Equador, Rafael Correa, pediu, neste sábado, respaldo à polícia e destacou que a rebelião de quinta-feira foi uma obra de "poucas dezenas de maus elementos".

Exaltado, Presidente do Equador desafia oposição a matá-lo:

"Isto será investigado e punido. Mas os cidadãos devem seguir respaldando a polícia, porque são 42 mil membros e a maioria são extraordinários seres humanos que arriscam a vida dia a dia por todos nós", disse Correa em seu relatório semanal de atividades."Não podemos julgar toda uma instituição que faz um esforço imenso, milhares de homens e mulheres que nos dão segurança, por algumas dezenas de criminosos que se fazem chamar policiais", completou.

O presidente, que atribuiu a rebelião a uma tentativa de golpe de Estado e de assassinato, afirmou que os insurgentes são "sobras de quando as pessoas desapareciam, quando torturavam e que acreditam que o país continua sendo o mesmo".

Correa agradeceu aos policiais leais ao governo, em particular aqueles que, junto com militares de uma unidade de elite, o resgataram de um hospital em que ficou retido pelos manifestantes por várias horas."Obrigado à imensa maioria dos policiais que não abandonaram o trabalho que lhes foi confiado, 99%", afirmou.

A rebelião, que terminou com oito mortos e 274 feridos, segundo o governo, motivou a renúncia do comandante da polícia, general Freddy Martínez.O governo aproveitou para reestruturar a cúpula da polícia e passou cinco generais à reserva.

Entenda a crise
Os distúrbios registrados no Equador têm origem na recusa dos militares em aceitar uma reforma legal proposta pelo presidente Rafael Correa para reduzir os custos do Estado. As medidas preveem a eliminação de benefícios econômicos das tropas. Além disso, o presidente também considera a dissolução do Congresso, o que lhe permitiria governar por decreto até as próximas eleições, depois que membros do próprio partido de Correa, de esquerda, bloquearam no legislativo projetos do governante.

Isso fez com que centenas de agentes das forças de segurança do país saíssem às ruas da capital Quito para protestar. O aeroporto internacional chegou a ser fechado. No principal regimento da cidade, Correa tentou abafar o levante. Houve confusão, e o presidente foi agredido e atingido com bombas de gás. Correa precisou ser levado a um hospital para ser atendido. De lá, disse que havia uma tentativa de golpe de Estado. Foi declarado estado de exceção no Equador - com militares convocados para garantir a segurança nas ruas. Mesmo assim, milhares de pessoas saíram às ruas da cidade para apoiar o presidente equatoriano.

Após passar mais de 10 horas no hospital, Correa foi resgatado do prédio cercado por rebeldes. Na operação, houve troca de tiros entre militares e policiais. Correa foi levado para o Palácio Presidencial, de onde discursou para milhares de simpatizantes. Segundo a Cruz Vermelha do Equador, duas pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas nos distúrbios.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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