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América Latina

Correa exige fim do levante e não autoriza operação de resgate

30 set 2010 - 20h29
(atualizado às 20h48)
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O presidente do Equador, Rafael Correa, classificou a revolta militar registrada nesta quinta-feira como um golpe de Estado e disse que uma ação como esta é "regressar três séculos". O líder equatoriano falou direto do hospital onde está sitiado por tropas da polícia, em Quito, às rádios e televisões públicas, segundo a rede Telesur.

Presidente do Equador desafia manifestantes, veja:

Correa disse que não irá negociar com policiais em protesto pelos cortes de benefícios até que as manifestações sejam interrompidas. "Eu saio daqui como presidente ou eles me levam como um cadáver", afirmou às redes públicas. O líder socialista equatoriano também afirmou que não irá autorizar uma operação para resgatá-lo pois quer evitar um derramamento de sangue.

Enquanto isso, centenas de simpatizantes do governo concentraram-se em frente ao Palácio de Carondelet, sede do Executivo, para expressar seu apoio. Membros do movimento governista Alianza País, assim como organizações indígenas e camponesas, engrossaram a concentração na praça da Independência, no centro colonial da capital, em apoio à "revolução cidadã" liderada por Correa.

"Há uma vigília pela defesa da democracia e pelo companheiro Correa", disse o secretário particular do presidente, Galo Mora, que junto a ministros e legisladores mantém-se no terraço da casa de governo. Mora completou que "cada vez se concentra mais gente para defender a democracia" e assegurou que a popularidade de Correa, no poder desde 2007, é de 78% em Quito e de 72% no populoso porto de Guayaquil.

Protestos

Os distúrbios registrados no Equador têm origem na recusa dos militares em aceitar uma reforma legal proposta pelo presidente Rafael Correa para reduzir os custos do Estado. As medidas preveem a eliminação de benefícios econômicos das tropas. Além disso, o presidente também considera a dissolução do Congresso, o que lhe permitiria governar por decreto até as próximas eleições, depois que membros do próprio partido de Correa, de esquerda, bloquearam no legislativo projetos do governante.

Isso fez com que centenas de agentes das forças de segurança do país saíssem às ruas da capital Quito para protestar. O aeroporto internacional chegou a ser fechado. No principal regimento da cidade, Correa tentou abafar o levante. Houve confusão, e o presidente foi agredido e atingido com bombas de gás. Correa precisou ser levado a um hospital para ser atendido. De lá, disse que há uma tentativa de golpe de Estado. Foi declarado estado de exceção no Equador - com militares convocados para garantir a segurança nas ruas. Mesmo assim, milhares de pessoas saíram às ruas da cidade para apoiar o presidente equatoriano.

Fonte: Redação Terra
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