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América Latina

Começa nesta 2ª audiência sobre massacre que causou saída de Lugo

Audiência já foi remarcada duas vezes; Justiça terá que decidir o destino de 12 camponeses presos acusados do massacre

2 jun 2013 - 19h31
(atualizado às 20h07)
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<p>Fernando Lugo foi cassado da presidência há 1 ano</p>
Fernando Lugo foi cassado da presidência há 1 ano
Foto: Reuters

Começa nesta segunda-feira em Assunção, no Paraguai, a audiência preliminar sobre o massacre de 11 camponeses e seis policiais em Curuguaty no ano passado. O caso foi um dos principais argumentos para o impeachment do então presidente Fernando Lugo por "mau desempenho de suas funções". 

A audiência, que já foi adiada em duas ocasiões, resolverá se põe em liberdade os 12 camponeses acusados ou se a causa será levada a julgamento oral, explicou Guillermo Ferrero, um dos advogados defensores. Os camponeses são acusados por invasão de propriedade, associação criminosa e tentativa de homicídio, segundo Ferrero.

A audiência foi suspensa pela primeira vez a pedido da defesa, que recusou o juiz e o promotor encarregados do caso por parcialidade manifesta, e na segunda a pedido da polícia que argumentou não ter condições para garantir a segurança de seu desenvolvimento devido à proximidade com a data das eleições de 21 de abril.

"Não temos certeza que (a audiência) vá acontecer porque há um recurso pendente, já que nós pedimos que primeiro seja resolvido o litígio civil sobre a propriedade das terras", disse Ferrero.

Yanine Ríos é a juíza encarregada do caso desde que, de forma voluntária, após o pedido da defesa, o juiz original José Dolores Benítez se afastou do processo. A audiência está marcada para as 8h30 (9h30 de Brasília ) no Palácio de Justiça de Assunção e a previsão é que dure três dias.

No dia 15 de junho do ano passado, um comando de centenas de policiais realizou uma operação de reintegração de posse em uma fazenda da cidade de Curuguaty invadida por camponeses. As terras são de propriedade do latifundiário e ex-presidente do Partido Colorado Blas Riquelme. 

Como resultado do enfrentamento armado, morreram 11 camponeses e seis policiais, o que provocou o julgamento político do presidente. Lugo, que recentemente foi eleito senador, acusou, durante a campanha, seus opositores dos partidos Liberal e Colorado de estarem por trás do massacre. Ele argumenta que a operação policial tinha tudo para acontecer sem incidentes. Os liberais e colorados negam qualquer envolvimento. 

EFE   
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