Comandante da polícia equatoriana renuncia após conflito
1 out2010 - 03h22
(atualizado às 11h28)
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O chefe da polícia do Equador anunciou nesta sexta-feira sua renúncia ao cargo, depois de não conseguir conter uma rebelião de policiais que atacaram o presidente Rafael Correa na quinta-feira e o retiveram dentro de um hospital até que ele fosse resgatado por militares, na pior crise do seu governo.
Protesto leva Equador a decretar estado de exceção:
A Cruz Vermelha disse que dois policiais morreram quando as tropas forçaram o fim do cerco ao hospital. O governo confirmou uma morte. Pelo menos 70 pessoas haviam ficado feridas antes da chegada dos militares, em confrontos entre policiais e simpatizantes de Correa em frente ao hospital. Houve distúrbios também em outras cidades equatorianas.
Correa emergiu triunfal do incidente na quinta-feira à noite, mas sua autoridade foi abalada pelo protesto dos policiais contra uma redução salarial, em um momento em que o presidente precisa de apoio político para aprovar duras medidas de austeridade. Não ficou claro se Correa foi alvo de uma tentativa organizada de golpe, como ele acusou, ou se o incidente foi apenas um protesto que fugiu ao controle.
Alguns policiais estavam claramente desafiando Correa, e ele pode também estar preocupado com o envolvimento de alguns soldados que fecharam o aeroporto internacional de Quito. Mas a cúpula militar ficou ao lado dele e não há sinal de que o protesto policial esteja desencadeando manifestações mais amplas contra o governo.
Correa é o mais popular líder equatoriano em muitos anos, e até quinta-feira tinha sempre conseguido evitar a instabilidade, as manifestações nas ruas e os golpes de Estado que marcam a história recente do país, exportador de petróleo. O chefe da polícia nacional, Freddy Martínez, não esteve envolvido nos protestos, mas foi incapaz de contê-los, e por isso perdeu o cargo.
Em uma entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira, Martínez expressou enorme pesar pelo fato de a polícia, encarregada de manter a segurança dos cidadãos, ter provocado desordem e "desrespeitado o comandante-geral, o presidente da República". Ele assegurou que agora todas as províncias do Equador estavam "em relativa calma" e pediu ao presidente que reveja a lei que corta benefícios econômicos das forças de segurança.
A ONU e governos de todos os matizes - dos EUA a Cuba - manifestaram apoio a Correa na quinta-feira. "Agradeço muito a esses heróis que me acompanharam nesta jornada difícil", disse Correa a seguidores eufóricos, falando na sacada do Palácio Carandolet, sede do governo. "Apesar do perigo, de ser cercado, ministros e políticos vieram para morrer se necessário fosse. Com essa bravura, com essa lealdade, nada pode nos deter."
Correa foi atingido por gás lacrimogêneo ao tentar negociar com os manifestantes na quinta-feira. Levado a um hospital da polícia, denunciou que estava sendo mantido como refém, até que soldados conseguissem resgatá-lo.
Ele mantém um grande apoio popular às suas políticas nacionalistas e esquerdistas, mas enfrenta resistências - incluindo de alguns setores das forças de segurança - por causa de restrições aos gastos públicos. Analistas afirmaram que ele vai conseguir superar a crise com os policiais, mas terá de agir com mais cautela na adoção das medidas de austeridade.
O presidente Rafael Correa é carregado após passar mal por causa do gás lançado durante os protestos
Foto: AFP
Rafael Correa, vestindo máscara de proteção contra gás, recebe ajuda para sair do local do protesto
Foto: AFP
O presidente equatoriano usa máscara enquanto fala com repórteres, pouco antes de ir para o hospital
Foto: AFP
Rafael Correa (centro, de terno) fica em meio à fumaça do gás jogado durante os protestos
Foto: AFP
O presidente equatoriano, Rafael Correa, faz pronunciamento no Regimento do Exército de Quito
Foto: AFP
Policial rebelde participa do protesto, em Quito
Foto: AFP
Soldado usa máscara de proteção contra gás durante a manifestação militar
Foto: AFP
Rafael Correa usa máscara anti-gás e recebe ajuda de assessores para sair do local do protesto
Foto: Reuters
Rebeldes queimam pneus durante o movimento próximo ao quartel de polícia, em Quito
Foto: Reuters
O presidente equatoriano, Rafael Correa, retira a máscara enquanto caminha entre os manifestantes
Foto: Reuters
O presidente Rafael Correa faz discurso no quartel de Quito, pouco antes de ser atingido por gás lacrimogêneo
Foto: Reuters
Policial rebelde usa máscara enquando bombas de gás lacrimogêneo são lançadas
Foto: AFP
Assessores ajudam o presidente Rafael Correa a retirar a máscara anti-gás lacrimogêneo
Foto: Reuters
Manifestantes seguram cartazes e apoiam movimento policial rebelde, na capital equatoriana
Foto: Reuters
General de polícia fala aos rebeldes durante a movimentação contra o governo de Correa, em Quito
Foto: Reuters
Assessores limpam o rosto de Rafael Correa, que foi agredido por rebeldes durante o protesto militar
Foto: EFE
Militares rebeldes ocupam a pista do aeroporto de Quito, que foi fechado devido ao protesto
Foto: EFE
Manifestantes queimam pneus em frente à unidade policial, em Quito
Foto: EFE
Militares rebeldes tomam a pista do aeroporto de Quito durante os distúrbios provocados por protestos
Foto: Reuters
Militares rebeldes seguram cartaz com reclamações sobre as leis impostas pelo governo equatoriano
Foto: Reuters
O presidente chileno, Sebastián Piñera, emite declaração em que expressa seu respaldo a Correa
Foto: EFE
Policiais jogam gás lacrimogêneo contra apoiadores do presidente Rafael Correa em frente à Assembleia
Foto: AFP
Integrantes da Força Aérea fazem guarda em frente ao Aeroporto Mariscal Sucre, em Quito
Foto: AFP
O fotógrafo da assessoria do governo equatoriano Miguel Jimenez (centro) é cercado por policiais em frente ao quartel de Quito
Foto: AFP
Policiais amotinados prendem um guarda-costas em frente ao hospital onde está o presidente Rafael Correa
Foto: AFP
O presidente da Bolívia, Evo Morales, teve um "grave tumor" no nariz no início de 2009 e foi convidado pelo presidente Lula para ser operado em um hospital de São Paulo, segundo um documento divulgado pelo WikiLeaks e desmentido pelo porta-voz de Morales, Ivan Canelas. O documento, de 22 de janeiro de 2009, traz uma conversa entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o embaixador americano no Brasil, Clifford M. Sobel, confirmando a questão
Foto: Reuters
Ministro das Relações exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, lê declaração do presidente, Raul Castro sobre a situação no Equador
Foto: Reuters
Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, falou durante visita ao Haiti
Foto: EFE
Secretario geral da Organização dos Estados Americanos fala sobre a crise no Equador
Foto: EFE
O presidente boliviano, Evo Morales, fala sobre a crise no Equador
Foto: Reuters
Policial rebelado usa placa de publicidade como escudo para se defender de pedras atiradas por simpatizantes do presidente Rafael Correa
Foto: Reuters
Manifestantes protestam em frente à embaixada equatoriana em Caracas, na Venezuela, contra crise no Equador
Foto: Reuters
População vai às ruas para manifestar apoio ao presidente Rafael Correa, que se refugiou em hospital após ser agredido em praça pública
Foto: AP
Mulher ergue cartaz em protesto contra a polícia em Quito: "os que estão armados jamais poderão dialogar"
Foto: AP
Policial sai com a mão ferida após confronto com grupos que apoiam o presidente Rafael Correa no Equador
Foto: EFE
Simpatizante do presidente Rafael Correa sofre com o gás lacrimogêneo usado pela polícia
Foto: Reuters
Simpatizantes de Rafael Correa entram em conflito com policiais do lado de fora do hospital onde o presidente equatoriano se refugiou
Foto: AP
O presidente do Equador, Rafael Correa, fala com a imprensa no palácio do governo em Quito, no Equador. O Exército resgatou Correa de um hospital onde tinha sido preso pelos rebeldes há mais de 12 horas, quando foi apreendido em meio ao gás lacrimogêneo disparado por centenas de policiais indignados com uma lei que, segundo alegam, cortaria seus benefícios
Foto: AP
Militares estendem faixa em frente ao Palácio Presidencial, em apoio ao governo de Rafael Correa
Foto: AP
Simpatizantes do presidente Rafael Correa seguram bandeiras e manifestam apoio junto a soldados
Foto: AP
Da janela do Palácio Presidencial, soldado olha para as ruas de Quito, que amanheceram calmas
Foto: AP
Militares da equipe especial resgatam o presidente Rafael Correa do hospital, em Quito
Foto: AFP
Chanceleres do Uruguai, Luis Almagro, da Argentina, Hector Timerman, do Equador, Ricardo Patino e da Bolívia, David Choquehuanca, chegaram a Quito para reunião
Foto: AP
Militares carregam corpo do soldado Jacinto Cortez, morto na operação de resgate de Correa
Foto: Reuters
Chanceleres buscam ratificar o respaldo à democracia após os distúrbios
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