PUBLICIDADE

Mundo

Com Paraguai suspenso, Mercosul deve aprovar ingresso da Venezuela

26 jun 2012 - 23h01
(atualizado em 27/6/2012 às 14h37)
Compartilhar
Diogo Alcântara
Direto de Brasília

A reunião de cúpula do Mercosul em Mendoza (Argentina), marcada para o fim desta semana, deve selar a entrada a Venezuela ao bloco. O país pleiteia um assento pleno e só não tinha aderido ainda porque faltava o aval do Congresso paraguaio. Como é esperada uma suspensão do Paraguai na cúpula de chefes de Estado, marcada para sexta-feira, tecnicamente faltaria apenas uma decisão dos presidentes de Brasil, Argentina e Uruguai.

Grupo de camponeses favorável a Fernando Lugo, presidente destituído na semana passada pelo Congresso, após processo de impeachment, chegou a Assunção nesta segunda-feira
Grupo de camponeses favorável a Fernando Lugo, presidente destituído na semana passada pelo Congresso, após processo de impeachment, chegou a Assunção nesta segunda-feira
Foto: Daniel Favero / Terra

Paraguai vota impeachment de Fernando Lugo; entenda a crise:

Trajetória de Fernando Lugo na presidência paraguaia
Confira a cronologia da crise no Paraguai

Lugo, o bispo dos pobres que chegou à presidência

Federico Franco, o novo presidente paraguaio

Confira a íntegra do discurso de Fernando Lugo após impeachment

"É preciso que haja uma manifestação formal. Uma vez suspenso o Paraguai, os outros três continuam a atuar", disse uma fonte em condição de anonimato. "Se algum dos presidentes avaliar que estão dadas as condições para a entrada da Venezuela no Mercosul, quem vai dizer não? Esse é o tipo de decisão que não será tomada pelos ministros, e sim pelos chefes de Estado", acrescentou.

Objetivamente, é preciso ainda que haja uma decisão política a ser tomada em nível presidencial entre os demais membros do Mercosul. O mesmo interlocutor sugere que haja uma predisposição por parte de Dilma Rousseff, Cristina Kirchner e José Mujica nesse sentido.

Para a cúpula, é esperada uma manifestação formal e muito clara de um apoio à democracia tanto na instância do Mercosul quanto da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). O Tratado de Ushuaia I estabelece uma cláusula democrática para que um país seja membro da união aduaneira. Em ambos os foros, o Paraguai deverá ser suspenso pelo menos até as próximas eleições, marcadas para abril de 2013.

O processo de impeachment-relâmpago que derrubou Fernando Lugo na semana passada foi visto como uma ação antidemocrática e fez com que Brasil e Uruguai chamassem seus embaixadores em Assunção para consultas, o que do ponto de vista diplomático significa um gesto de reprovação. Argentina foi mais assertiva e retirou seu embaixador "até que se restabeleça a ordem democrática".

O Paraguai também foi impedido de participar da reunião de Mendoza. O chanceler José Félix Fernández havia confirmado presença e reclamou por não poder ser ouvido pelos demais países. O governo paraguaio não tentou formalizar um contato institucional com o governo brasileiro.

Reunião do Mercosul
O governo Franco está isolado regionalmente depois que Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Venezuela, Peru e Uruguai ou retiraram ou chamaram seus embaixadores em Assunção para consultas. O bloco Mercosul, do qual o Paraguai participa ao lado de Argentina, Brasil e Uruguai, suspendeu a participação de representantes do novo governo paraguaio na cúpula que será realizada na sexta-feira na província argentina de Mendoza por considerar ilegítima a destituição de Lugo.

O ex-bispo pretendia comparecer à cúpula na Argentina, mas disse que avaliava permanecer no país. "Estou quase decidindo que não viajarei na sexta-feira pelos motivos que estou dizendo, que os presidentes da região se sintam em liberdade... não quero pressionar nem os presidentes, nem os países da região a tomarem decisões", afirmou.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade