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América Latina

Com medo de novos saques, lojistas fecham as portas na Argentina

21 dez 2012 - 20h02
(atualizado às 20h07)
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Muitos estabelecimentos comerciais não abriram as portas nesta sexta-feira em Bariloche, Rosario, Resistencia e Campana, na Argentina, após os violentos saques ocorridos nessas cidades na última quinta-feira e durante a madrugada de hoje. Com medo de novos ataques, supermercados e lojas não funcionaram ou restringiram o acesso de clientes. Nos episódios de violência de ontem, pelo menos duas pessoas morreram. O comércio também adotou medidas de segurança em outras localidades onde, até agora, não foram registrados ataques.

San Fernando, na região metropolitana de Buenos Aires, foi uma das últimas cidades onde foram registrados distúrbios
San Fernando, na região metropolitana de Buenos Aires, foi uma das últimas cidades onde foram registrados distúrbios
Foto: AFP

Nesta sexta-feira, os saques que começaram na cidade turística de San Carlos de Bariloche, no sul do país, chegaram à Grande Buenos Aires. Lojas foram destruídas e tiveram produtos roubados em San Fernando, perto da capital. Durante o dia, a polícia recebeu denúncias de tentativas de saques em outras cidades.

O temor se espalhou pelo país. Em Mar del Plata, o Sindicato dos Empregados no Comércio confirmou que pelo menos quatro grandes lojas não funcionaram hoje. O governo de Mendoza colocou o comércio em alerta e deflagrou uma operação com agentes de segurança para identificar possíveis ataques. “Quem cometer algum delito vai responder na Justiça”, afirmou Carlos Aranda, responsável pela pasta da Segurança do governo local.

Os saqueadores alegavam que estavam passando fome e que a ação, apesar de violenta, era um protesto contra as atuais condições econômicas da Argentina. No entanto, várias fotos divulgadas pela imprensa mostram pessoas saindo das lojas com televisores de plasma e aparelhos eletrônicos. O prefeito de San Fernando, uma das últimas cidades onde se registraram distúrbios, assegurou que “não há falta de comida no país”. Luis Andreotti atribui os ataques a “grupos que incentivam marginais”.

Polêmica

O chefe de gabinete do governo da Argentina, Juan Manuel Abal Medina, e o secretário de Segurança, Sergio Berni, responsabilizaram grupos de esquerda pelos saques. Eles apontaram, inclusive, que sindicatos de caminhoneiros e de trabalhadores do setor gastronômico teriam arquitetado os distúrbios.

A acusação irritou o representante dos caminhoneiros, Hugo Moyano. Em coletiva nesta sexta-feira, ele acusou o governo de Cristina Kirchner de “se fazer de vítima”. “Acho que a presidente está defasada. Manda esses personagens dizer uma série de idiotices e estupidezes”, afirmou Moyano, em referência ao chefe de gabinete e ao secretário de Segurança.

Com informações do jornal La Nación.

Fonte: Terra
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