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América Latina

Com cartazes e cantos, simpatizantes fazem vigília por Cristina Kirchner

8 out 2013 - 18h11
(atualizado às 18h16)
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Vários simpatizantes da presidente argentina Cristina Kirchner cantavam nesta terça-feira em frente ao Hospital Favarolo de Buenos Aires "Força Cristina" e "Vamos Cristina", local onde a líder do país foi operada com sucesso de um hematoma craniano.

Fortes aplausos e assobios obrigaram o porta-voz presidencial, Alfredo Scoccimarro, a interromper várias vezes o breve comunicado no qual anunciou que a intervenção cirúrgica tinha sido "satisfatória" e a presidente estava "com bom ânimo" em seu quarto.

Os primeiros partidários da governante argentina começaram a chegar ontem, uma vez que foi tornada pública a notícia de que Cristina tinha sido internada e seria submetida no dia seguinte a uma intervenção cirúrgica de risco para eliminar um hematoma no cérebro que foi diagnosticado no fim de semana passado.

"Viemos dar força à presidente para que saia tudo bem", disse Eduardo Arizaga, militante do agrupamento kirchnerista Tupac Amaru, enquanto colava nos muros do centro médico cartazes que diziam "Avanti morena, estamos com você" perante o atento olhar do pessoal de segurança.

"Estamos aqui para passar coisas positivas à presidente por toda a ajuda que essa Argentina generosa deu aos estrangeiros", assinalou a boliviana Silvina Andia, residente há 18 anos em Buenos Aires.

Na porta principal do hospital, alguns simpatizantes também depositavam flores, velas e orações de pronta recuperação em frente a um improvisado altar, presidido pelo Gauchito Gil, uma figura de grande veneração popular na Argentina.

No começo da manhã, quando a operação foi iniciada, os militantes fizeram um respeitoso silêncio, que foi quebrado pelo nervosismo com a passagem das horas.

Os gritos esporádicos de "Força Cristina" deram passagem aos cantos e preces religiosas, por volta das 11h local (mesmo horário em Brasília), que a intervenção cirúrgica tinha terminado.

"Que a nossa presidenta sinta nosso apoio", disseram dezenas de pessoas, entre as quais era possível ver cartazes de grupos kirchneristas, bandeiras argentinas e camisetas com a imagem da governante abraçada a Néstor Kirchner, seu falecido marido e antecessor no cargo (2003-2007).

Os militantes ignoraram os gestos de alguns familiares de pacientes, que levaram o dedo à boca para reivindicar silêncio.

"Isto é um hospital, há pessoas que necessitam de repouso", disse uma senhora visivelmente contrariada ao entrar no hospital, ao qual só está permitido o acesso dos empregados do hospital assim como parentes e amigos com prévia verificação de dados.

A instituição, que fechou dois andares para a presidente, guarda um grande hermetismo sobre seu estado de saúde e deu ordens estritas a toda equipe médica de não falar com a imprensa.

Junto às mensagens de apoio, os simpatizantes cantaram também palavras de ordem contra os meios de comunicação que criticam o Governo argentino, especialmente o grupo "Clarín", e reivindicaram à presidente que não dê "nem um só passo para trás" em seu projeto político.

A Fundação Favaloro divulgou aos jornalistas um boletim médico no qual informou que Cristina "evolui favoravelmente" na unidade de terapia intensiva do hospital.

Desde a terapia intensiva, a governante será transferida a um quarto comum e uma vez que receber alta médica, deverá ficar em repouso durante um prazo de 30 e 45 dias.

Cristina Kirchner, de 60 anos, se submeteu a outra operação em janeiro de 2012, na qual foi extirpada a glândula tireóide.

EFE   
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