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América Latina

Cólera propaga-se em velocidade 'explosiva' no Haiti, diz OPS

27 out 2010 - 18h10
(atualizado às 18h28)
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A Organização Pan-americana da Saúde (OPS) afirmou nesta quarta-feira que a epidemia de cólera no Haiti propaga-se "em velocidade explosiva" e que novos casos dever surgir pelos próximos anos. Detectado há uma semana, o surto já fez quase 300 vítimas fatais e 4.147 pessoas foram hospitalizadas pela doença, com base nos dados da OPS divulgados pelo Ministério da Saúde do Haiti, que a organização apresentou em entrevista coletiva.

Os números oficiais somam oito mortos na última estimativa desta quarta-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e mostram um rápido avanço dos casos de infectados, com 378 novas hospitalizações. "Esperamos uma propagação muito rápida, inclusive explosiva, deste surto", disse na entrevista coletiva Jon K. Andrus, da OPS.

Andrus afirmou que é "muito difícil" saber se a epidemia alcançou seu ponto máximo, porque há muitos casos de infectados que não buscam atendimento médico e isto torna "impossível" prever o curso da doença.

Ele disse que a experiência vivida com a epidemia do Peru, em 1991, demonstra que o surto do Haiti "não vai desaparecer em semanas", mas serão necessários "meses" para reverter a tendência, e a doença seguirá por muito tempo depois. "Vamos ter casos durante anos e por isso necessitamos de um plano de longo prazo", afirmou Andrus.

Um primeiro passo, segundo o funcionário, é a estrategia anunciada nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde haitiano, que prevê uma campanha propagandista para passar na população medidas preventivas como lavar as mãos frequentemente, conduzir adequadamente o lixo ou consumir só alimentos cozidos.

A OPS ajudará a instalar uma rede de 60 centros de apoio aos trabalhadores da Cruz Vermelha, que já estão no local, e criará uma rede de postos comunitários para tratar os casos de diarreia, com um centro para 25 famílias. Com relação ao país vizinho República Dominicana, Andrus disse que a organização "não confirmou nenhum caso ali, mas acredita que exista", por isso enviou equipes para Santo Domingo.

EFE   
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