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América Latina

Chuvas ameaçam busca de vítimas do deslizamento na Guatemala

4 out 2015 - 20h50
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Os trabalhos de busca das 300 pessoas desaparecidas por um deslizamento de terra que causou 112 mortes na Guatemala estão ameaçados pela possibilidade de novas chuvas, informaram fontes oficiais neste domingo.

Eddy Sánchez, diretor do Instituto de Sismologia, Vulcanologia, Meteorologia e Hidrologia (Insivumeh), explicou à Agência Efe que ainda hoje são esperadas chuvas "dispersas" na região afetada, localizada em El Cambray II, no município de Santa Catarina Pinula, a cerca de 20 quilômetros da capital.

Essas condições forçam as autoridades a paralisar os trabalhos de busca e resgate na região da tragédia devido à instabilidade do terreno.

Até o momento foram contabilizados 112 mortos, segundo os números oficiais. Desses, 38 estão identificados (26 adultos e 12 menores) e 52 continuam sem identificação (33 adultos e 19 menores de idade).

O número restante, 22, corresponde a restos humanos dos quais as autoridades até o momento não puderam determinar nem o sexo e nem a idade.

O deslizamento ocorreu na noite de quinta-feira em um bairro ao sudeste da Cidade da Guatemala, situado no meio de duas pequenas montanhas, uma das quais cedeu pelas chuvas e soterrou 125 casas a mais de 25 metros de profundidade.

As condições meteorológicas, causadas por uma "mudança de vento do sul", segundo Sánchez, já resultaram nesta tarde a interrupção dos trabalhos durante 30 minutos.

O porta-voz dos bombeiros, Julio Sánchez, disse à Agência Efe que a suspensão aconteceu às 14h30 locais (17h30 em Brasília) pelas chuvas na região. Os trabalhos foram retomados após o tempo melhorar.

O diretor do Insivumeh esclareceu que as chuvas, que se prolongarão durante a segunda-feira, não serão "nem fortes e nem copiosas, mas bastante moderadas". No entanto, a região ficará "suscetível" a deslizamentos e podem ocorrer mais incidentes.

Embora a quantidade de água esperada não seja alta e a tendência é que diminua ao longo da semana, é pouco provável que haja mais deslizamentos, mas Sánchez alerta que a situação pode mudar e recomenda que os helicópteros não sobrevoem a área afetada para não gerar vibrações no terreno.

O Insivumeh mantém uma "vigilância permanente" no setor afetado e prevê que as chuvas parem de maneira momentânea na próxima sexta-feira, para terminarem definitivamente na segunda ou terceira semana do mês.

Sánchez reconheceu que a época de chuvas de 2015, que vai de maio a outubro aproximadamente, foi "deficitária", mas que assentamentos como El Cambray II são mais "vulneráveis" a estas situações devido às condições de extrema pobreza e por estarem localizados em encostas de pequenas colinas.

Fontes da Coordenadoria Nacional para a Redução de Desastres (Conred) explicaram à Efe que a tragédia "poderia ter sido evitada" já que estes assentamentos são uma "responsabilidade compartilhada" de instituições como a prefeitura, que não cumpre o Plano de Ordenamento Territorial.

Também afirmaram que a própria população não atende as recomendações que alertam para o risco de construir casas em barrancos ou encostas.

De acordo com as mesmas fontes, só na área metropolitana há 232 assentamentos considerados "de risco", ao estarem localizados em encostas ou barrancos, e calcula-se que cerca de 300 mil pessoas morem nesses locais.

Às 22h30 locais desta noite (1h30 de segunda-feira em Brasília) se completam as 72 horas de busca estabelecidas no protocolo internacional, mas fontes oficiais disseram à Efe que os trabalhos de resgate continuarão, pelo menos, durante a segunda-feira.

EFE   
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