Chile estuda abrir documentos secretos da ditadura
Relatórios estão protegidos por legislação especial
O governo chileno está estudando um projeto de lei que pode por fim ao sigilo de uma série de documentos que relatam crimes durante o período de ditadura sob o governo do general Augusto Pinochet. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (29) pelo porta-voz do governo, Marcelo Díaz.
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Segundo as autoridades, a ideia seria esclarecer mais casos relacionados à violação dos direitos humanos entre os anos de 1973 e 1990. A existência dos relatórios foi conhecida em 2004 e, de acordo com fontes, relatam 33 mil casos de pessoas torturadas ou mortas.
"Essa é uma medida que estamos avaliando, mas que ainda está no campo das hipóteses. Neste momento, estão sendo vistas todas as considerações e logo informaremos a decisão", disse Díaz à imprensa local.
O projeto de abrir essa documentação ocorre após a prisão, nesta semana, de dois ex-militares acusados de terem ateado fogo em Rodrigo Rojas e Carmen Gloria Quintana em julho de 1986. As vítimas eram prisioneiras políticas do regime Pinochet e somente Carmen conseguiu sobreviver.
A revelação veio após um dos militares quebrar o "pacto de silêncio" que existe entre os membros da corporação de não revelar o que eles viveram durante a época ditatorial chilena. A própria presidente, Michelle Bachele, pediu o fim desses acordos para esclarecer crimes ocorridos naquela época.