Chavistas chilenos protestam contra visita de Capriles ao país

O líder opositor Henrique Capriles expos suas denúncias sobre as eleições venezuelanas para setores da centro-direita nesta quinta-feira no Chile, enquanto os partidos de esquerda, incluindo a candidata Michelle Bachelet, evitaram se reunir com político venezuelano, alvo de protestos de seguidores do chavismo mesmo no país vizinho.

"O Chile é um país democrático, nós queremos que a democracia também funcione na Venezuela", declarou o ex-candidato presidencial venezuelano, que assegurou que chegou hoje a Santiago "em representação da maioria do povo venezuelano".

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Capriles será recebido nesta sexta-feira pelo presidente Sebastián Piñera, provavelmente no início da tarde, mas não na sede de governo, confirmou a porta-voz do Executivo, Cecilia Pérez.

Desta forma, Piñera poderá escutar as queixas de Capriles em torno da atuação do governo venezuelano, com o qual o líder mantém relações cordiais apesar suas diferenças ideológicas. No entanto, a reunião em questão pode acabar influenciando negativamente a relação diplomática entre os países.

Como antecedente figura a reunião privada que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, concedeu ao opositor venezuelano na Casa de Nariño, sede do Executivo, em maio.

Na ocasião, o presidente do Parlamento venezuelano, Diosdado Cabello, considerou a reunião era uma "agressão" à Venezuela, enquanto o chanceler Elías Jaua disse que a mesma confirmava "uma conspiração aberta contra a paz na Venezuela".

Hoje, Jaua acusou ao líder opositor de viajar ao Chile para "conspirar" com a "extrema-direita" desse país.

Com esta viagem, que incluirá uma passagem ao Peru, Capriles procura o respaldo dos governos para que se cumpra um compromisso da União de Nações Sul-americanas (Unasul), que respaldou uma apuração de votos após as eleições venezuelanas do último mês de abril.

A ex-presidente Michelle Bachelet, candidata presidencial da oposição, afirmou ontem que não iria se reunir com Capriles por problemas de agenda, embora tenha sugerido um encontro com algum de seus assessores em política internacional.

Capriles, por sua parte, lamentou não poder se reunir com a ex-presidente chilena (2006-2010), embora tenha assegurado estar "seguro que haverá outras oportunidades" para isso.