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América Latina

Chávez fala aos ricos da Venezuela e alerta para "guerra civil"

10 set 2012 - 14h10
(atualizado às 15h03)
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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu aos eleitores ricos para apoiá-lo ou enfrentarão uma "guerra civil", enquanto seu adversário procurou tranquilizar os pobres de que ele não vai abandonar as populares políticas socialistas de bem-estar se ganhar a eleição do próximo mês.

Chávez carrega criança no colo durante evento de campanha em Charallave, no Estado de Miranda, no domingo
Chávez carrega criança no colo durante evento de campanha em Charallave, no Estado de Miranda, no domingo
Foto: Reuters

Chávez, 58 anos, e Henrique Capriles, 40 anos, vão se enfrentar na eleição de 7 de outubro para a Presidência do país de 29 milhões de habitantes, que tem as maiores reservas mundiais de petróleo e financia governos de esquerda na região.

Embora Chávez lidere a maioria das pesquisas mais conhecidas da Venezuela, o apoio a Capriles vem subindo nas últimas semanas e ele está logo à frente em algumas sondagens, o que deixa cada lado acreditando que tem uma forte chance de ganhar a Presidência.

Com uma carreira política sustentada em apontar os ricos como culpados por todos os males da Venezuela -e do mundo também-, o socialista Chávez voltou-se para eles em um discurso de campanha na noite de domingo, alertando os eleitores mais ricos de que devem apoiá-lo se quiserem estabilidade.

"As famílias ricas têm suas famílias, casas finas, veículos bons, provavelmente um apartamento na praia, propriedades e assim por diante. Eles gostam de viajar para o exterior nas férias", disse ele em um comício.

"Será que uma guerra civil lhes convém? De maneira nenhuma. Isso só convém à direita extrema e fascista encarnada pelo perdedor. Está nos interesses dos ricos amantes da paz uma vitória de Chávez, e eu os convido a votar em Chávez em 7 de outubro. Chávez garante paz, estabilidade e crescimento econômico", afirmou.

Chávez não usa o nome de Capriles em público, e refere-se a ele com o ofensivo apelido de "majunche", que pode ser livremente traduzido como "perdedor", e insistindo que os partidários dele têm planos violentos para acabar com o socialismo na Venezuela.

A oposição rejeita os comentários frequentes de Chávez sobre uma possível guerra civil como alarmismo irresponsável, apontando que o próprio Chávez liderou um golpe militar fracassado em 1992.

O presidente permanece imensamente popular entre os pobres da Venezuela, em parte por causa de suas raízes humildes e estilo folclórico, e também devido a projetos de bem-estar financiados pelo petróleo, como mercados de alimentos subsidiados e assistência à saúde e educação gratuitas.

Em uma campanha que mantém o foco nos problemas do dia-a-dia, o governador Capriles vem cruzando a Venezuela, visitando centenas de cidades e vilarejos, especialmente aquelas onde o apoio a Chávez é mais forte.

Na noite de domingo, em uma mensagem transmitida em canais de televisão privados, Capriles abordou de frente um dos principais temores dos partidários tradicionais de Chávez - de que ele vai abandonar as "missões sociais", que são a marca do presidente.

"Meu compromisso é criar novas missões, manter as atuais e melhorar as que não funcionam", disse Capriles, observando que, como governador de Miranda comandou um "Plano Fome Zero" em que forneceu alimento para milhares de pessoas, bem como melhorou escolas e clínicas.

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