Chávez fará 'tratamentos complementares' contra câncer
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, entrou em uma etapa de "tratamentos complementares" contra o câncer um mês e meio depois de ter sido operado em Cuba, informou na sexta-feira o vice-presidente, Nicolás Maduro, ao retornar da capital cubana. Ele adiantou que neste sábado o governo fornecerá mais detalhes sobre o estado de saúde do presidente.
Chávez, de 58 anos, "encontra-se no melhor momento que já vimos em todos estes dias de luta e de batalha", acrescentou o vice-presidente, que visitou o líder venezuelano nos últimos dois dias. "Está otimista e com muita fé no que estamos fazendo, e está apegado a Cristo e à vida", disse ao canal oficial VTV, rodeado por vários ministros do gabinete.
O governo informou na quinta-feira que o presidente encontra-se em processo de recuperação do pós-operatório, embora ainda precise enfrentar "a batalha mais complexa" contra o câncer, do qual foi operado pela quarta vez no dia 11 de dezembro.
Desde então, o presidente, reeleito em outubro para um mandato de seis anos, não apareceu em público e seu retorno é um incógnita, mas o executivo sustenta que se encontra em funções e que continua dirigindo o país. Como prova disso, Maduro mostrou no canal oficial VTV uma série de documentos com a assinatura de Chávez relacionados a diversos assuntos nacionais.
Também transmitiu uma mensagem do presidente às Forças Armadas para que se mantenham em mobilização permanente no país e um chamado para seus seguidores se manifestarem em apoio ao governo no dia 4 de fevereiro, quando serão completados 21 anos do golpe de Estado frustrado liderado pelo então tenente-coronel Hugo Chávez.
Finalmente, Maduro informou que viajará a Santiago do Chile em breve para participar da cúpula de presidentes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac) e da União Europeia (UE), que começa neste sábado. "Vamos a Santiago do Chile e levamos uma mensagem do presidente, uma extraordinária e bela. Levamos o espírito e o pensamento de próprio punho do nosso comandante Hugo Chávez a esta cúpula", acrescentou Maduro, explicando que lerá o texto aos presidentes presentes.
Os comentários de Maduro sobre a política econômica surgem em meio a especulações de que a Venezuela está preparando uma desvalorização de sua moeda, o bolívar, o que iria melhorar as finanças do Estado porque resultaria em mais bolívares para cada dólar proveniente das exportações de petróleo.
A desvalorização tornaria as exportações mais competitivas ao reduzir os custos locais de produção e estimular a indústria nacional, já que os importados ficariam mais caros em relação aos produtos locais. "Nós vamos desenvolver a capacidade da nossa economia de exportar", disse Maduro.
Há várias semanas os líderes empresariais vêm dizendo que a desvalorização é necessária para aliviar a periódica escassez de produtos decorrente da escassez de dólares.