Chávez condena "golpe troglodita" contra presidente hondurenho
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, suspendeu neste domingo a transmissão do programa de rádio e televisão Alô Presidente para acompanhar a situação em Honduras, palco de um golpe de Estado. Chávez pediu desculpas às pessoas assistiriam à transmissão e ressaltou a preocupação do governo pela situação em Honduras, vítima de um golpe de Estado "troglodita".
Chávez também pediu ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, "que se pronuncie", já que, disse, "o império tem muito a ver" com o que acontece em Honduras.
Dirigindo-se aos militares hondurenhos, o presidente venezuelano disse para estes ignorarem as ordens da "burguesia, dos ricos", que estariam empenhados em evitar que o povo se pronuncie sobre seu futuro.
Segundo Chávez, os países da região agrupados na Aliança Bolivariana das Américas (Alba), à qual pertence Honduras, "farão tudo o que estiver ao seu alcance para restituir" o governo constitucional do país centro-americano.
"Estamos diante de um golpe troglodita contra um povo, contra um presidente que está propondo uma consulta" que, além de tudo, "não é vinculativa (de cumprimento obrigatório)", declarou Chávez numa entrevista à rede de TV Telesur, retransmitida simultaneamente pela estatal venezuelana VTV.
O chefe de Estado disse que por trás do golpe "está a burguesia, os ricos", que, seguindo, as linhas imperialistas "transformaram Honduras numa base terrorista dos Estados Unidos". Chávez destacou a "coragem" da chanceler hondurenha, Patricia Rodas, com quem, disse, vem mantendo contatos desde o começo da manhã e que agora trabalha "para fazer contatos com os movimentos populares".
O povo "está saindo às ruas" em defesa da democracia, mas "está desarmado", disse Chávez, que afirmou ter certeza de que há militares patriotas em Honduras.
O presidente venezuelano declarou que fez contatos com os outros membros da Alba, integrada por Venezuela, Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua, Honduras, Dominica, Antígua e Barbuda, São Vicente e Granadinas, para coordenar ações e medidas frente à situação em Tegucigalpa.
O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, foi detido hoje pelos militares e levado a uma base da Força Aérea, disse seu secretário particular, Eduardo Enrique Reina. Segundo relatórios não confirmados da rede de televisão Telesur, o presidente e sua família podem ter sido levados para essa base e, de lá, tirados do país.