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América Latina

Casal pega 10 anos de prisão por roubo de bebê durante ditadura na Argentina

Médica que assinou a falsa certidão de nascimento da bebê também foi condenada

13 jul 2013 - 16h40
(atualizado às 16h48)
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Um tribunal da Argentina condenou um casal a dez anos de prisão e uma médica a cinco anos pelo roubo de um bebê nascido em um presídio clandestino durante a última ditadura militar (1976-1983), informaram neste sábado fontes judiciais.

O tribunal de La Plata considerou provado que o ex-subdelegado de polícia de Buenos Aires, Domingo Luis Madrid, e sua esposa, María Mercedes Elichart, registraram Elena Gallinari Abinet como sua filha e a médica Silvia Marta Kirilovsky falsificou e assinou a certidão de nascimento da criança.

Elena Gallinari Abinet se tornou, em 1987, a primeira neta recuperada nascida em uma prisão clandestina durante a última ditadura militar argentina.

Na noite da sexta-feira, os juízes condenaram Madrid e María Mercedes por "participarem na remoção forçada de crianças de seu grupo familiar para outro grupo por meio de sua coautoria do crime de retenção e ocultação de uma criança menor de 10 anos que tinha sido subtraída de seus pais, em concurso ideal com o crime de supressão de identidade de uma menor de 10 anos", informou o Centro de Informação Judicial.

Elena Gallinari Abinet é filha de María Leonor Abinet, uma professora sequestrada em 1976, e de Miguel Angel Gallinari, um operário metalúrgico e delegado sindical. María foi sequestrada em setembro de 1976, quando estava grávida de sete meses, e deu à luz a Elena em uma prisão clandestina.

Os pais de Abinet e Gallinari localizaram Elena em 1987 e conseguiram recuperá-la. Elena se tornou a primeira neta recuperada da ditadura argentina nascida em cativeiro. Organizações de direitos humanos estimam que cerca de 500 crianças foram sequestradas ou desapareceram durante a última ditadura, das quais mais de 100 foram recuperadas.

EFE   
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