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América Latina

Capriles aceita decisão do Supremo sobre permanência de Chávez

9 jan 2013 - 21h58
(atualizado às 22h23)
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O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles Radonski, aceitou esta quarta-feira a sentença "vinculante" do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), avalizando o adiamento da posse do presidente reeleito Hugo Chávez, prevista para esta quinta-feira, e a continuidade de seu governo.

"Já têm uma sentença, está aí uma interpretação feita pelo Tribunal Supremo, acabaram as desculpas, senhor (vice-presidente, Nicolás) Maduro, agora lhe cabe assumir a responsabilidade do cargo que ocupa e governar", declarou Capriles sobre a sentença, que disse ser "vinculante".

O TSJ avalizou nesta quarta-feira que Chávez, doente em Cuba, atrase sua nova posse, prevista para quinta-feira, até que sua saúde lhe permita prestar juramento perante a máxima instância judicial venezuelana.

Considerou, ainda, que o governo pode continuar no poder além de 10 de janeiro, data em que termina o atual mandato constitucional, com base no "princípio de continuidade administrativa".

Capriles insistiu em que nem Maduro, nem o resto do governo foram eleitos e destacou que as "instâncias não devem responder aos interesses de um partido", em alusão ao TSJ.

Mas ao mesmo tempo exigiu ao governo que pare de ficar "paralisado" e retome os trabalhos de dirigir o país.

O líder oposicionista, governador do estado de Miranda (norte), perdeu as eleições para Chávez nas presidenciais de 7 de outubro.

Paralelamente, pediu que "a maioria dos presidentes" latino-americanos não assistam à marcha convocada pelo governista PSUV na quinta-feira, em Caracas, em apoio ao presidente e que qualificou de "ato de conteúdo político".

Esta quarta-feira começaram a chegar os primeiros chefes de Estado da região convocados para o ato, entre eles o presidente do Uruguai, José Mujica. Outros, como os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Nicarágua, Daniel Ortega, confirmaram sua presença no ato em que o governo convocou o povo.

Nesta quinta completa um mês desde que Chávez partiu para Havana para se submeter à quarta cirurgia para tratar um câncer, e desde então os venezuelanos não veem imagens dele, nem ouvido suas palavras, embora durante 14 anos corridos tenha sido presença quase diária nas telas de seus televisores.

Antes de viajar, Chávez delegou poderes ilimitados a Maduro, dizendo que se ficasse impossibilitado de governar, seu herdeiro político assumiria a Presidência interinamente até o fim do mandato, em 10 de janeiro, e que seria, ainda, o candidato do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) nas eleições presidenciais que deveriam ser celebradas em 30 dias.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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