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América Latina

Camponeses voltam ocupar terras do massacre de Curuguaty no Paraguai

30 jul 2013 - 13h13
(atualizado às 13h31)
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Pelo menos 100 camponeses ocuparam nesta terça-feira as terras de Curuguaty (nordeste do Paraguai), onde aconteceu o massacre entre policiais e camponeses em junho de 2012, para pedir a liberdade de companheiros que enfrentam julgamento, afirmou uma fonte policial.

As pessoas ocuparam a propriedade que é disputada entre o Estado paraguaio e a empresa Campos Morombí, da família do falecido empresário Blas N.Riquelme, informou à Agência Efe o delegado do departamento de Canindeyú, Atilio Ramón Ferreira.

Os manifestantes são integrantes da Comissão de Familiares das Vítimas de Curuguaty, que "reivindica a liberdade dos detidos que atualmente estão em julgamento e a indenização aos parentes dos mortos no fato de Campos Morombí", explicou o delegado.

A promotoria pediu que 12 camponeses fossem processados por homicídio doloso, associação criminosa e invasão de imóvel durante a audiência preliminar do caso, que começou em 15 de julho e que continua nesta terça-feira no Palácio de Justiça de Assunção.

O delegado disse que não há "nenhuma pessoa armada no local" e que já informou ao promotor do turno sobre a invasão dos camponeses nos terrenos conhecidos como Marina Cué (Terras da Marinha, em guarani) para "ver que ação tomar".

Segundo a porta-voz da Comissão, Marina Paredes, irmã de um dos mortos durante os enfrentamentos com a polícia no ano passado, cerca de 300 pessoas se encontram no local desde a madrugada desta terça-feira.

"O presidente (Federico Franco) se comprometeu de que em dois meses ia solucionar o problema de Marina Cué e não fez. Queremos que libertem os companheiros que estão na prisão por invadir um imóvel alheio, porque as terras são do Estado", declarou Paredes à Agência Efe.

A ativista disse que não estão armados e que permanecerão nas terras até que sejam indenizados pela morte de seus familiares, ao mesmo tempo em que assegurou que duas patrulheiras da polícia passaram pelo lugar e fizeram ameaças.

EFE   
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