PUBLICIDADE

América Latina

Campanha para presidenciais é encerrada na Colômbia

13 jun 2010 - 21h27
(atualizado em 14/6/2010 às 00h02)
Compartilhar

O candidato governista à presidência da Colômbia, Juan Manuel Santos, encerrou neste domingo sua campanha com o resgate militar de dois reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) como respaldo, enquanto seu rival, Antanas Mockus, do Partido Verde, pediu votos "porta a porta".

O resgate por parte das Forças Armadas de dois oficiais de Polícia que estavam em poder das Farc foi a notícia do dia e Santos aproveitou para dizer que era o "continuador" dos sucessos do presidente Álvaro Uribe na luta contra as guerrilhas.

Por sua parte, Mockus felicitou o Exército por essa operação ao reafirmar que, se vencer as eleições, não estabelecerá nenhum diálogo com as Farc enquanto não deixarem o sequestro e se desvincularem do narcotráfico.

"Que belo e alegre dia para a Colômbia, com este novo triunfo para nossa pátria e para nossa segurança democrática", disse Santos em seu último comício de campanha, relizado no Centro de Convenções de Medellín (noroeste), terra de Uribe.

A Política de Segurança Democrática de Uribe, eixo central de seu Governo e baseada na luta militar contra as guerrilhas, "mudou para sempre o destino de nossa querida pátria", disse Santos, favorito para o segundo turno do dia 20 de junho, no qual disputará a Presidência com Mockus.

O general Luis Herlindo Mendieta Ovalle e o coronel Enrique Murillo, ambos sequestrados em 1º de novembro de 1998, foram resgatados pelo Comando de Operações Conjuntas das Forças Armadas, que os devolveu à liberdade "sãos e salvos", anunciou Uribe de Quidbó, capital do departamento (Estado) de Chocó.

Em entrevista prévia a seu comício, Santos disse que esse resgate demonstra que "a perseverança em matéria de segurança democrática dá seus frutos". Segundo o candidato do Partido Social da Unidade Nacional, quem votou nele no primeiro turno em 30 de maio o fez por "consolidar" a segurança democrática e, por isso, pediu "que ninguém durma" no dia 20 de junho, porque é preciso ir às urnas para "manter o legado do presidente Uribe, o melhor da história da Colômbia".

"Vamos perseverar nos resgates militares e em pressionar às Farc. Não descansaremos até que não haja nenhum sequestrado mais na Colômbia", prometeu Santos, rejeitando também a troca de reféns por rebeldes presos proposta pelo grupo insurgente como saída para o conflito.

Como ministro da Defesa de Uribe, Santos participou do planejamento e execução da "Operação Xeque", que permitiu em julho de 2008 resgatar a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, três americanos e 11 soldados.

Mockus, que fechou a campanha em Bogotá, onde buscou votos "porta a porta" e visitou famílias de bairros periféricos da cidade, concordou com Santos em que o resgate militar é uma ferramenta do Estado colombiano e a Constituição respalda a atuação das Forças Armadas.

"O resgate de Mendieta e Murillo ratifica que tem razão quem acredita que o Estado tem uma hierarquia distinta a das Farc, que querem igualar-se ao Estado colombiano e não vamos permitir", destacou Mockus aos jornalistas que o acompanhavam.

Aos familiares dos que continuam sequestrados pediu para se solidarizarem com a posição do Estado de lutar contra as Farc, que ainda mantêm em seu poder, segundo a guerrilha, 19 policiais e militares que buscam trocar por rebeldes presos, uma proposta à qual o candidato verde também se opõe.

De acordo com as últimas pesquisas, Santos ganharia por uma ampla margem de Mockus no segundo turno, no qual acredita-se que haverá uma abstenção maior ao do primeiro (51%), entre outras razões porque no dia 20 de junho serão jogadas três partidas da Copa do Mundo de futebol e os colombianos são muito fãs do esporte.

O candidato à presidência Juan Manuel Santos (centro) participa de comício em Medelín
O candidato à presidência Juan Manuel Santos (centro) participa de comício em Medelín
Foto: Reuters
EFE   
Compartilhar
Publicidade