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América Latina

Buscas seguem no Haiti após terremoto que devastou a capital

13 jan 2010 - 12h03
(atualizado às 12h47)
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As buscas por mortos e desaparecidos continuavam no Haiti nesta quarta-feira, após o tremor de 7 graus na escala Richter que atingiu a capital do país, Porto Príncipe, na tarde da terça-feira, causando grande destruição.

Vítimas deitam nas ruas de Porto Príncipe, na espera por atendimento médico
Vítimas deitam nas ruas de Porto Príncipe, na espera por atendimento médico
Foto: Reuters

Ainda não há uma contagem oficial de mortos, mas teme-se que centenas ou até milhares de pessoas podem ter morrido.

Segundo a Cruz Vermelha Internacional, até 3 milhões de pessoas foram afetadas pelo tremor, o maior no Haiti em dois séculos.

Vários edifícios desmoronaram na capital haitiana, entre eles o palácio presidencial e a sede da missão da Organização das Nacões Unidas no país.

O governo brasileiro confirmou a morte de quatro militares brasileiros das forças de paz da ONU no país (Minustah). O Brasil comanda a operação militar da Minustah e conta com 1,2 mil dos 7 mil soldados da força no país.

Também há a confirmação da morte de soldados jordanianos e chineses das forças da Minustah.

"Catástrofe"

A ONU confirmou que há um "grande número" de seus funcionários desaparecidos. O chefe da Minustah, o tunisiano Hedi Annabi, teria morrido, segundo o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner.

Um enviado do governo americano descreveu o terremoto no Haiti como "uma catástrofe" e disse que o prejuízo com os danos provocados pelo tremor podem chegar a bilhões de dólares.

Vários países e organizações internacionais anunciaram o envio de ajuda ao Haiti. Em uma entrevista na manhã desta quarta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, anunciou a mobilização de mais US$ 10 milhões em ajuda ao Haiti.

O Brasil anunciou uma ajuda de US$ 10 milhões e disse que estuda o envio de mais soldados ao país.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento havia aprovado ainda na terça-feira o envio de US$ 200 milhões em ajuda emergencial.

Tremores secundários

Segundo o US Geological Survey, a agência geológica americana, o terremoto ocorreu por volta das 16h53 (horário local, 19h53 de Brasília).

O epicentro do tremor foi localizado a cerca de 15 quilômetros de Porto Príncipe, a apenas 10 km de profundidade.

Pelo menos dois tremores secundários - de 5,9 e 5,5 graus, respectivamente, foram registrados logo após o primeiro terremoto.

Muitos haitianos passaram a noite nas ruas da capital, desabrigados pelo terremoto ou temerosos sobre possíveis novos tremores.

Há relatos da ocorrência de saques durante a madrugada.

Após o amanhecer, muitos buscavam informações sobre os estragos ocorridos na véspera.

Hotel

Um funcionário do governo francês disse à agência de notícias France Presse que cerca de 200 pessoas estariam sob os escombros no Hotel Montana, um dos locais mais populares entre os turistas na capital haitiana.

O embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Raymond Joseph, disse que as sedes do palácio presidencial, da sede da Receita Federal, do Ministério do Comércio e do Ministério das Relações Exteriores sofreram danos provocados pelo tremor, mas que o aeroporto da capital estava intacto. Segundo ele, o presidente René Preval escapou ileso do terremoto.

O secretário da ONU para Operações de Paz, Alain Le Roy, afirmou que a sede da Organização no país foi gravemente afetada e diversos funcionários estariam desaparecidos.

A sede do Banco Mundial também foi destruída, e alguns funcionários da instituição ainda estão desaparecidos. A organização anunciou o envio de uma equipe para o Haiti para avaliar os danos e ajudar a montar um plano de recuperação.

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