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América Latina

Bolívia repudia pedido dos EUA de extradição de Snowden

4 jul 2013 - 00h13
(atualizado às 00h56)
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O governo da Bolívia repudiou nesta quarta-feira uma solicitação dos Estados Unidos para a extradição de Edward Snowden, caso o ex-técnico da CIA estivesse em território boliviano, depois que vários países europeus fecharam seus espaços aéreos para o avião do presidente Evo Morales por suspeitas de que Snowden estava a bordo da aeronave.

O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia afirmou em comunicado a "sua profunda indignação e repúdio à solicitação de prisão preventiva com fins de extradição do cidadão americano Edward Snowden apresentada pelo governo dos Estados Unidos".

A solicitação, acrescentou a nota, foi feita "no mesmo dia" em que o presidente Morales "foi ilegalmente retido na Europa por suspeitas infundadas de que a citada pessoa (Snowden) se encontrava no avião presidencial".

"Esclarecemos e reiteramos enfaticamente que o senhor Snowden nunca esteve com o presidente na Rússia e muito menos entrou na aeronave", informou a Chancelaria, além de confirmar que o americano não está em território boliviano.

O Ministério acrescentou na nota que o pedido dos EUA "vai contra o acordo" que o governo Morales assinou há dois anos com Washington para normalizar as relações dos dois países, depois que o embaixador americano Philip Goldberg e agência antinarcóticos (DEA) foram expulsos do Bolívia em 2008.

"A estranha, ilegal, infundada e sugestiva solicitação de extradição de uma pessoa que não se encontra no território do Estado requerido será devolvida ao governo dos Estados Unidos de forma imediata e categórica", concluiu a nota.

O chanceler boliviano, David Choquehuanca, informou horas antes que o governo dos EUA tinha enviado uma nota pedindo a extradição de Snowden, caso "estivesse circulando em território boliviano".

"Não é normal, essa nota chegou à Chancelaria com esse conteúdo. Consideramos que os Estados Unidos pensaram que Snowden estivesse no avião presidencial e que os países agiram de maneira orquestrada", disse Choquehuanca em uma entrevista à emissora "Telesur" citada pela agência estatal "ABI".

Os Estados Unidos não fizeram essa solicitação somente à Bolívia, mas também ao Equador, que estudará o pedido de Washington, segundo informou o ministro das Relações Exteriores equatoriano, Ricardo Patiño.

Morales, que deixou a Rússia e retornava à Bolívia, ficou por quase 14 horas no aeroporto de Viena. O presidente boliviano denunciou que França, Itália, Espanha e Portugal impediram a entrada de seu avião em seus espaços aéreos, uma violação da legislação internacional.

O governo boliviano qualificou o ocorrido como "sequestro" e acusou os EUA de terem pressionado às nações europeias para bloquear seu voo, o que foi negado pela Casa Branca.

Centenas de seguidores do governante aguardam sua chegada no aeroporto da cidade de El Alto, que atende La Paz, onde é esperada a chegada do avião presidencial por volta das 23h locais (1h de Brasília da quinta-feira).

EFE   
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