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América Latina

Balões de videovigilância serão usados para combater a violência em Santiago

21 ago 2015 - 15h56
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Com o objetivo de reduzir os níveis de violência, dois bairros de Santiago, no Chile, inauguraram na segunda-feira passada um polêmico sistema de videovigilância com balões.

"Trata-se de um balão de gás hélio que pode subir e descer rapidamente, com câmaras de alta resolução que deixarão gravações que podem servir como prova de crimes", disse nesta sexta-feira à Agência Efe Avram Fritch, diretor da empresa Global Systems, encarregada de implementar o sistema.

Os balões, de cinco metros de diâmetro, funcionam com câmeras que contam com 360 graus de visão e são capazes de reconhecer pessoas e placas de carros em movimento a 1.600 metros de distância.

"Esta tecnologia nos permitirá contar com meios de comprovação necessários para apresentar à justiça caso ocorra um crime", defendeu Francisco de la Maza, prefeito de Las Condes, um dos locais que implementou o sistema.

O prefeito afirmou que os balões são "um complemento, um instrumento de apoio pelo ar, com grande visibilidade, que se junta a todos os recursos tecnológicos e humanos existentes".

O sistema de vigilância, de projeto e fabricação israelense, que é usado em 45 países tanto para uso militar como civil, possui duas câmeras de alto alcance, uma para gravar de dia e outra com visão noturna, o que permite obter imagens nítidas de maneira constante durante 24 horas.

O uso desse sistema, que não conta com o apoio de toda a comunidade, gerou um debate sobre os limites da vigilância e sua regulação.

Felipe Guevara, prefeito de Lo Barnechea, onde também foi adotado o sistema de videovigilância aérea, disse que se trata de uma "falsa discussão", pois atualmente qualquer atividade humana é "vigiada por satélites o dia inteiro e a noite toda".

"O Google me entrega toda a informação de como é a casa do meu vizinho, então esse debate é uma falsa discussão", declarou.

O coordenador de políticas públicas da ONG Derechos Digitales, Juan Carlos Lara, disse nesta sexta-feira à Agência Efe que "essa é uma falsa comparação, pois é preciso diferenciar o uso de satélites com o objetivo de mapear e a observação constante do que está acontecendo".

"O poder deste sistema é tanto que pode violar a privacidade dos moradores, pois as câmeras podem filmar seus jardins, seus terraços e até ver o que acontece dentro dos departamentos", disse Lara.

Por esse motivo, o deputado democrata cristão Matías Walker, integrante da comissão de Segurança Cidadã da câmara pediu para o governo regular o uso dos balões operados por empresas de segurança privada já que, segundo sua opinião, pode ser usado para "espionagem".

"Estes elementos podem ser uma ameaça à segurança nacional e inclusive ser usados para espionagem", argumentou o deputado.

Os balões, que começaram a funcionar na segunda-feira, serão operados de forma permanente por uma equipe capacitada de oito mulheres, que trabalharão em turnos de uma estação de controle.

Para o empresário e ex-subsecretário de Prevenção do Crime Cristobal Lira, a medida evitará o mal uso das imagens registradas que possam ser consideradas invasão de privacidade.

"Foram contratadas mulheres para que fiquem por trás das telas porque de forma alguma elas se dedicam mais a perseguir a violência e não se intrometer na vida privada das casas e apartamentos", explicou.

Para o empresário, a segurança atualmente está à frente da liberdade porque "os atuais níveis de violência estão reduzindo liberdade das pessoas honradas", que atualmente "não se atrevem a sair para comer ou ir ao cinema à noite" por medo de assaltos.

EFE   
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