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América Latina

Balanço de rebelião no Equador sobe para 10 mortos

3 out 2010 - 08h53
(atualizado às 09h23)
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Um soldado que foi ferido durante a operação de resgate do presidente do Equador, Rafael Correa, morreu no último sábado, o que elevou a 10 o balanço de mortos na rebelião policial, informaram fontes médicas.

Presidente do Equador desafia manifestantes, veja:

O cabo de 22 anos, membro do Grupo Especial de Operações (GEO) do Exército, faleceu na unidade de terapia intensiva do Hospital Militar de Quito.

O óbito elevou para 10 o número de mortos na rebelião durante a qual Correa foi retido por insubordinados em um hospital, depois de ter sido aredido. O chefe de estado foi resgatado horas mais tarde por oficiais do GEO e da polícia leais ao governo.

Um primeiro balanço divulgado pela presidência informava as mortes de um militar, dois policiais e um estudante, além de mencionar o cabo e outro oficial que ficou paraplégico.

O ministério da Saúde anunciou as mortes de cinco civis em atos de violência relacionados com a rebelião em Guayaquil (280 km ao sudoeste de Quito). Também anunciou um saldo de 274 feridos.

O cabo e outros militares feridos foram visitados na tarde de sábado pelo presidente, que também compareceu ao funeral do estudante Juan Pablo Bolaños, de 24 anos.

Entenda a crise
Os distúrbios registrados no Equador têm origem na recusa dos militares em aceitar uma reforma legal proposta pelo presidente Rafael Correa para reduzir os custos do Estado. As medidas preveem a eliminação de benefícios econômicos das tropas. Além disso, o presidente também considera a dissolução do Congresso, o que lhe permitiria governar por decreto até as próximas eleições, depois que membros do próprio partido de Correa, de esquerda, bloquearam no legislativo projetos do governante.

Isso fez com que centenas de agentes das forças de segurança do país saíssem às ruas da capital Quito para protestar. O aeroporto internacional chegou a ser fechado. No principal regimento da cidade, Correa tentou abafar o levante. Houve confusão, e o presidente foi agredido e atingido com bombas de gás. Correa precisou ser levado a um hospital para ser atendido. De lá, disse que havia uma tentativa de golpe de Estado. Foi declarado estado de exceção no Equador - com militares convocados para garantir a segurança nas ruas. Mesmo assim, milhares de pessoas saíram às ruas da cidade para apoiar o presidente equatoriano.

Após passar mais de 10 horas no hospital, Correa foi resgatado do prédio cercado por rebeldes. Na operação, houve troca de tiros entre militares e policiais. Correa foi levado para o Palácio Presidencial, de onde discursou para milhares de simpatizantes. Segundo a Cruz Vermelha do Equador, duas pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas nos distúrbios.

Os insubordinados afirmaram que a ação pretendia exigir o veto de uma lei que reduz os benefícios financeiros dos oficiais.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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