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Mundo

Avião com Noriega decola de Madri rumo ao Panamá

11 dez 2011 - 11h40
(atualizado às 12h42)
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O avião da Iberia com o ex-ditador panamenho Manuel Noriega decolou na tarde deste domingo de Madri com destino a Cidade do Panamá, após a extradição da França. O voo decolou do aeroporto de Barajas às 13h57 (10h57 de Brasília), segundo as autoridades aeroportuárias espanholas.

Noriega, de 77 anos, vai, agora, cumprir, em seu país, uma condenação a 60 anos de prisão pelo assassinato de três opositores nos anos 80, mas a lei panamenha permite aos condenados mais idosos solicitar o benefício da prisão domiciliar, uma possibilidade que vem causando indignação entre familiares das vítimas do regime.

O ex-ditador panamenho, governante de fato de 1983 a 1989, até ser derrotado e capturado por tropas americanas, terminará no Panamá um périplo que começou com o cumprimento de 20 anos de prisão nos Estados Unidos, por tráfico de drogas, e mais outros dois, na França, por lavagem de dinheiro do cartel de Medellín.

Ao desembarcar em seu país, Noriega será levado de helicóptero do aeroporto para a penitenciária El Renacer, na zona noroeste da capital, às margens do Canal do Panamá. Idoso, com dificuldades para caminhar e diversos problemas de saúde, o ex-homem forte do Panamá repetiu diversas vezes aos juízes franceses nos últimos meses o desejo de retornar a seu país.

Protestos

Na capital panamenha, vestidos de branco, antigos opositores e vítimas de Manuel Antonio Noriega exigiram a prisão para o ex-ditador em um protesto realizado na sexta-feira. "Exigimos justiça, prisão para o assassino. Não esquecemos", diziam cartazes levados por alguns grupos, na manifestação que reuniu mais de 100 pessoas na Calle 50, no setor bancário da Cidade do Panamá.

"Queremos que Noriega vá para a prisão como um delinquente comum e permaneça lá para sempre", disse Aurelio Barría, fundador em 1987 da Cruzada Civilista, movimento de oposição.

Carmenza Spadafora, irmã do médico e guerrilheiro panamenho Hugo Spadafora, sequestrado e decapitado em 1985, foi uma das líderes do protesto. "Vamos nos unir ao restante dos panamenhos para manifestar nosso repúdio absoluto por Noriega, e lembrar os desaparecidos, agredidos, abusados e mortos por este homem", disse Carmenza à AFP.

O presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, anunciou que Noriega irá "direto para a prisão" e que as autoridades já têm preparada uma cela na penitenciária de El Renacer, no noroeste da Cidade do Panamá. "Não vou permitir que vá para casa. É um assassino, um ladrão e um narcotraficante. Não merece terminar seus dias no nosso país", disse María Victoria Henríquez, 59 anos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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