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América Latina

Auditoria das eleições presidenciais venezuelanas entra na última fase

A auditoria foi solicitada pelo líder opositor e ex-candidato presidencial Henrique Caprilles; a recontagem dos votos deve terminar no dia 7 de junho

29 mai 2013 - 16h43
(atualizado às 16h52)
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<p>Opositor Henrique Capriles não reconheceu o resultado das eleições</p>
Opositor Henrique Capriles não reconheceu o resultado das eleições
Foto: AFP

A auditoria de 100% dos votos das eleições presidenciais de 14 de abril na Venezuela entrou nesta quarta-feira em sua última fase, em um processo que até agora não encontrou nenhum erro, informou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

A auditoria foi solicitada pelo líder opositor e ex-candidato presidencial Henrique Caprilles, que impugnou o pleito de 14 de abril, mas nem ele e nem a aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) participam do processo por considerar que não verifica todos os elementos da votação.

A chamada "auditoria de verificação cidadã já completou dois de seus primeiros ciclos e nesta quarta-feira começa o terceiro, que dará por terminado o processo de revisão", indicou o organismo reitor do pleito em comunicado de imprensa.

Uma fonte do CNE disse nesta quarta-feira que em 7 de junho terminará a terceira e última fase da auditoria, que é transmitida ao vivo pela site do organismo eleitoral. "Os primeiros dois ciclos de verificação encontraram 99,98% de coincidência entre os comprovantes de voto depositados nas caixas de resguardo das mesas e os dados registrados na ata de apuração emitida pela máquina de votação", indicou o CNE.

Segundo o Poder Eleitoral, "0,02% restantes correspondem à diferenças devidamente sustentadas e assentadas, que podem ser evidenciadas nas atas assinadas pelos membros de mesas, testemunhas ou nos cadernos de votação".

No mesmo dia do pleito, 66,3% das mesas passaram por auditoria, segundo declarou no último dia 16 a reitora do CNE Sandra Oblitas, quando ofereceu os resultados da primeira fase da verificação ampliada solicitada pela oposição.

O pleito de abril foi vencido pelo governista Nicolás Maduro com uma vantagem de 225 mil votos (1,49%) sobre Capriles, que não reconheceu o resultado por considerá-lo fraudulento e o impugnou perante o Supremo, que não se pronunciou.

A oposição não participa da auditoria porque essa não inclui a revisão dos cadernos eleitorais nos quais aparecem as assinaturas dos eleitores ao lado de suas impressões digitais, onde segundo Capriles estão as supostas irregularidades com as quais "roubaram" o triunfo eleitoral.

Ao anunciar a realização da auditoria ampliada, a presidente do CNE, Tibisay Lucena, qualificou as exigências de Capriles como "revisões impraticáveis" que estavam fora do que compreende a "verificação cidadã" estabelecida na Lei.

"A Lei Orgânica dos Processos Eleitorais indica que a verificação será efetuada mediante a revisão dos comprovantes de votação com relação aos dados conteúdos exclusivamente na ata de votação elaborada pelos membros de mesa", disse Lucena em 28 de abril.

Capriles, que está hoje na Colômbia, denunciou perante o presidente desse país, Juan Manuel Santos, com quem manteve uma reunião privada, que o Governo venezuelano descumpriu seu compromisso com a Unasul (União de Nações Sul-americanas) quanto a fazer a auditoria do processo eleitoral.

EFE   
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