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América Latina

Argentina critica senador dos EUA por questionar inquérito sobre morte de procurador

30 jan 2015 - 15h11
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A Argentina reagiu com irritação nesta sexta-feira a um senador norte-americano do Partido Republicano que expressou dúvidas sobre a capacidade de o governo argentino conduzir uma investigação crível sobre a morte misteriosa de um destacado procurador.

Imagem do procurador argentino Alberto Nisman durante manifestação em Buenos Aires após sua morte. 29/01/2015
Imagem do procurador argentino Alberto Nisman durante manifestação em Buenos Aires após sua morte. 29/01/2015
Foto: Marcos Brindicci / Reuters

O chefe de gabinete argentino, Jorge Capitanich, acusou o senador Marco Rubio, da Flórida, de “comportamento imperialista” e alertou para qualquer “intromissão injustificada” no caso, que revoltou muitos argentinos e criou pressão para que a presidente Cristina Kirchner determine o que aconteceu.

Alberto Nisman, que investigava um ataque a bomba a um centro comunitário judaico em Buenos Aires em 1994 que matou 85 pessoas, foi encontrado morto no chão de seu banheiro em uma poça de sangue e com um tiro na cabeça.

Embora os resultados preliminares da autópsia indiquem que ele se matou, muitos argentinos continuam céticos. Cristina insinuou acreditar que Nisman foi morto por ex-espiões em complô contra o governo, mas não deu maiores detalhes.

Dias antes de sua morte, Nisman alegou que Cristina tentou comprometer seu inquérito e disse ter mais provas para mostrar ao Congresso.

Na quinta-feira, Rubio enviou uma carta ao secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que diz: “Estou profundamente preocupado com a capacidade do governo da Argentina para conduzir uma investigação justa e imparcial sobre a morte (de Nisman)”.

Potencial candidato republicano à Presidência dos EUA em 2016, Rubio instou Kerry a pressionar por uma investigação independente e com assistência internacional.

Indagado sobre os comentários de Rubio em seu informe diário à imprensa, Capitanich declarou que “a intromissão injustificada de um Estado nos assuntos internos de outro é uma interferência errada”.        

Nisman afirmou em sua denúncia que Cristina abriu canais de comunicação secretos com o Irã para inocentar uma série de iranianos suspeitos pelo atentado em troca de acordos comerciais. O governo tachou a afirmação de “absurda”.

O Irã, por sua vez, negou vigorosamente qualquer papel no ataque.

Em sua carta a Kerry, Rubio escreveu que o caso de Nisman é relevante para a segurança nacional dos EUA. “À medida que as discussões com o regime iraniano se intensificam... é mais importante que nunca que o público e os legisladores norte-americanos entendam claramente a natureza das atividades do Irã em nosso próprio hemisfério, tanto agora quanto no passado”.

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