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América Latina

Kirchner quer ampliar intervencionismo após derrota em primárias

Kirchnerismo perdeu quase metade dos votos em comparação à eleição presidencial de 2011, quando Cristina foi reeleita

14 ago 2013 - 18h22
(atualizado às 19h17)
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<p>Cristina Kirchner durante discurso realizado após a divulgação de resultados prévios em votação primária para as eleições parlamentares, em Buenos Aires</p>
Cristina Kirchner durante discurso realizado após a divulgação de resultados prévios em votação primária para as eleições parlamentares, em Buenos Aires
Foto: Marcos Brindicci / Reuters

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, prometeu na quarta-feira aprofundar sua política econômica intervencionista, num inflamado discurso em que conclamou seus aliados a reverterem a derrota sofrida nas recentes primárias para a eleição legislativa de outubro.

Os mercados esperavam ansiosos o discurso de Cristina, buscando pistas sobre a manutenção ou não de uma política econômica que, segundo analistas, foi uma das causas para a derrota da ala governista nas principais províncias do país, no domingo.

"O futuro somos nós, porque para ter futuro temos de aprofundar estas políticas", disse Cristina, aplaudida por governadores e militantes do movimento peronista.

Após o discurso, o peso se desvalorizou em 0,67% frente ao dólar no mercado negro, ao qual os poupadores recorrem para se abastecer de divisas, burlando o férreo controle cambial.

As primárias de domingo serviram para selecionar e ordenar as listas partidárias que disputarão a eleição parlamentar de outubro. A facção kirchnerista do peronismo perdeu quase metade dos votos em comparação à eleição presidencial de 2011, quando Cristina foi reeleita.

O resultado da eleição primária praticamente enterrou as esperanças governistas de formar uma ampla maioria que lhe permitisse reformar a Constituição e autorizar uma nova reeleição da presidente na eleição de 2015.

Aliados de Cristina foram derrotados nos cinco principais distritos eleitorais argentinos, incluindo a crucial província de Buenos Aires, onde o peronismo não-governista a desafiou lançando a candidatura a deputado do popular prefeito de Tigre, Sergio Massa, favorável a políticas econômicas menos intervencionistas.

Analistas dizem que a inflação elevada, o controle cambial e a brusca desaceleração do crescimento econômico prejudicaram o campo governista na disputa.

Mas, em seu discurso, Cristina rejeitou desvalorizar a moeda ou implementar metas de inflação. "Sabem o que significa governar com metas de inflação? Eu lhes traduzo. É colocar uma armadilha para os salários ... para que não aumentem, porque (os que defendem as metas) sustentam que como base que o aumento salarial... é inflacionário."

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