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América Latina

Anistia adverte contra 'espiral de violência' na Venezuela

Protestos já deixaram 39 mortos e dezenas de feridos desde início de fevereiro

1 abr 2014 - 11h10
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<p>Manifestantes anti-governo deixam uma barricada em chamas durante um protesto em Caracas, nesta segunda-feira, 31 de março</p>
Manifestantes anti-governo deixam uma barricada em chamas durante um protesto em Caracas, nesta segunda-feira, 31 de março
Foto: AFP

A Anistia Internacional (AI) advertiu nesta terça-feira contra "uma espiral de violência" na Venezuela, onde quase dois meses de protestos deixaram 39 mortos, e pediu ao governo de Nicolás Maduro e à oposição que respeitem os direitos humanos.

"Ou os direitos humanos são colocados no topo da agenda política na Venezuela, ou a Venezuela corre o risco de entrar em uma espiral de violência", afirmou Esteban Beltrán, diretor da unidade espanhola da AI.

Se a tendência não for revertida, o país enfrentará um "maior número de abusos e violações dos direitos humanos", como violência policial, perseguição a jornalistas ou detenções arbitrárias, afirma o relatório "Venezuela. Os direitos humanos em risco em meio aos protestos".

A organização está especialmente "preocupada com o uso de armas de fogo contra manifestantes", afirmou Nuria García, investigadora da AI.

O documento relata, entre outros, os casos do estudante Génesis Carmona, de 22 anos, morto em 18 de fevereiro, supostamente baleado por um grupo armado pró-governo, e do guarda nacional Giovanny José Pantoja Hernández, atingido por tiros de pessoas não identificadas.

Segundo o governo da Venezuela, 39 pessoas morreram e mais de 560 foram feridas desde 4 de fevereiro.

A violência tem sido utilizada tanto pelas forças de segurança - que "até torturaram manifestantes" - como por "grupos pró-governo, manifestantes e indivíduos não identificados", segundo a AI.

García denunciou a existência de grupos armados pró-governo que "usam a violência para atacar manifestantes durante os protestos, muitas vezes diante da presença das forças de segurança, sem que estas atuem".

"Não documentamos grupos armados organizados pela oposição, e sim casos de abusos dos direitos humanos cometidos por manifestantes da oposição", explicou Beltrán.

García insistiu que todos os casos denunciados são "inaceitáveis" e devem ser investigados.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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