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América Latina

América lembra "Dia dos Refugiados" atenta com conflito colombiano

21 jun 2013 - 00h40
(atualizado às 00h47)
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O continente americano teve o percentual mais baixo do total de refugiados no mundo em 2012, mas mesmo assim, as autoridades e organizações do continente revelaram nesta quinta-feira sua preocupação com uma problemática que, em nível regional, continua sendo limitada ao conflito armado na Colômbia.

Entre o Alasca e a Patagônia estavam 806.600 dos 45,2 milhões de refugiados do planeta em 2012, o maior número desde 1994, que engloba também as pessoas deslocadas internamente, segundo o relatório anual do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), publicado na última terça-feira em Genebra.

Desse total, 15,4 milhões são refugiados, 937 mil são pessoas que solicitam asilo e 28,8 milhões são deslocados internos. O número de 2012 aumentou em relação aos 42,5 milhões de 2011.

O Brasil recebeu 4.262 refugiados de 70 nacionalidades diferentes, segundo os últimos dados oficiais, divulgados no final do mês de abril deste ano. Por causa da comemoração do Dia dos Refugiados, foram programados hoje diversos encontros entre as pessoas asiladas em diversos pontos do país.

Um dos principais vai acontecer no próximo sábado em São Paulo e reunirá cerca de 150 refugiados de diversos países, sobretudo da Colômbia, do Congo e do Mali.

Sem sombra de dúvidas, a situação mais complexa no continente está na Colômbia, onde o conflito armado que ocorre há 50 anos forçou o deslocamento de 4,7 milhões de pessoas desde 1997, divulgou hoje em Bogotá o escritório da Acnur.

"No país é especialmente preocupante a tendência de aumento de deslocamentos maciços", afirmou o documento, segundo o qual foram registradas no país 53 situações desse tipo que afetaram 3.621 famílias entre janeiro e maio deste ano.

Além disso, em 2012, 91.100 colombianos tiveram que deixar seus lugares de origem, principalmente para Equador, Venezuela e Panamá, o que Acnur considera como "uma situação similar a dos refugiados".

O representante da Acnur no Equador, John Fredrikson, declarou hoje que está otimista com os diálogos de paz entre o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que podem ajudar a remediar o problema dos deslocados, mas disse que é realista, "que existem outras complexidades e esta situação não vai ser resolvida de um dia para o outro".

O representante regional da Acnur, Fernando Protti, afirmou que na América Central também devem ser incluídos os mais de 16 mil refugiados que a região "exporta" - a maioria proveniente da Guatemala, Honduras e El Salvador - para os países da América do Norte, Costa Rica e Panamá.

Protti disse que as pessoas estão "fugindo" desses países devido às atividades e à violência do crime organizado, do narcotráfico e das gangues, e se refugiam nos Estados Unidos (onde estão 65% do total), Canadá e México.

EFE   
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