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Mundo

América Latina alcança bons resultados nos ODM, mas desigualdade persiste

1 jul 2013 - 19h22
(atualizado às 19h38)
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A América Latina e o Caribe alcançaram "bons resultados" em relação aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) no último ano, mas continuam a enfrentar grandes disparidades, disseram representantes das Nações Unidas reunidos nesta segunda-feira no México.

A região continua a ser "a mais desigual de todo o mundo", apesar dos avanços nas metas relacionadas à pobreza, à educação, ao meio ambiente, à saúde e à igualdade de gênero que serão avaliadas em 2015, afirmou a coordenadora residente da ONU no México, a brasileira Márcia de Castro.

A coordenadora apresentou o Relatório de 2013 dos ODM e pediu aos governos da região para que acelerem seus esforços direcionados a esses oito objetivos.

"Este é um ano crucial para todos nós. Estamos concentrando os esforços para alcançar a meta", disse.

Entre as conquistas mais importantes da região está o combate à pobreza extrema, onde a proporção de pessoas que vivem com menos de US$ 1,25 por dia passou de 12% em 1990 para 6% em 2010, o que já representa o cumprimento desse objetivo.

A proporção de pessoas desnutridas passou de 15% em 1990 para 8% em 2010-2012, segundo o relatório elaborado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais (DAES) da ONU.

Na educação também há conquistas significativas com o aumento da taxa de matrícula líquida em ensino primário de 88% para 95%, e o equilíbrio entre o número de meninos e meninas no nível primário.

Outras melhorias da América Latina e do Caribe dizem respeito ao acesso à água potável, ao combate à tuberculose e à redução de 64% das taxas de morte de menores de 5 anos entre 1990 e 2011, de acordo com o estudo.

No entanto, a questão do desmatamento é um fator preocupante, sobretudo na América do Sul, além da "gravíssima" situação da mortalidade materna, que não atingiram as metas estipuladas.

Com relação à desigualdade, a oficial superior de Assuntos Econômicos da Divisão de Políticas e Análise do Desenvolvimento do DAES, Diana Alarcón, disse que "é muito difícil reverter a situação" porque as mudanças "demorariam décadas, e que por isso não é estranho que a América Latina, a região mais desigual do mundo há 100 anos, continue a ser".

"O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e o México também apresenta uma grande disparidade, mas eles são países que estão agora em bom caminho para começar a deixar essa situação", opinou.

A especialista considerou como positivo o "crescimento da classe média (...) documentado em todos os países da região", mas lamentou que o avanço não seja suficientemente sólido.

O diretor da sede da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) no México, o chileno Hugo Beteta, comemorou o "importante progresso" a respeito dos ODM, mas pediu um maior esforço para acabar com as "brechas e as disparidades" existentes.

Sobre a desigualdade, comentou que não é só um assunto que depende apenas da política social, mas da mudança de uma estrutura econômica "dupla", envolvendo grandes empresas, e "inúmeros negócios informais, pequenos e de baixíssima produtividade".

A aposta inicial, segundo ele, deve ser na qualidade da educação, pois, sob os esquemas atuais, "a origem ainda determina o destino", ou seja, quem vem de uma família rica na região será rico, enquanto quem nasce pobre continuará a ser.

EFE   
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