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Mundo

Aids, trânsito e violência matam 1,4 mi de adolescentes por ano

25 abr 2012 - 14h34
(atualizado às 15h07)
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Ao todo 1,4 milhão de adolescentes morrem ao ano no mundo em acidentes de trânsito, por complicações no parto, Aids, suicídio e atos violentos, especialmente em países africanos e da América Latina, como revela o relatório publicado nesta quarta-feira pelo Unicef.

"A pobreza, o status social, o sexo e as incapacidades impedem milhões de adolescentes de terem acesso aos seus direitos, como educação de qualidade, saúde, proteção e a participação, por isso que é hora de atender suas necessidades e não deixá-las para trás", afirmou a subdiretora executiva da organização, Geeta Rao Gupta.

As mortes ocorrem de forma desigual nas distintas partes do planeta, como consequência das diferenças no acesso aos benefícios do progresso, assinala o relatório.

Em alguns países da América Latina, há mais adolescentes homens morrendo por causa de homicídios do que por acidentes de trânsito e suicídio, diz o documento preparado pelos analistas do fundo da ONU para a Infância (Unicef).

O documento aponta que em El Salvador, o país latino-americano com a taxa mais alta de homicídios, há 157 jovens entre 15 e 19 anos para cada 100 mil habitantes que são vítimas desse tipo de delitos, seguido pela Venezuela, com 106; Guatemala, com 95, e Brasil, com 83.

O relatório reivindica que os adolescentes deveriam ser reconhecidos em suas comunidades como agentes de mudança, através de programas e políticas que os protejam, para que possam desenvolver sua criatividade e sua capacidade de inovação.

A África Subsaariana é o lugar do mundo que impõem mais desafios para a vida dos adolescentes, além de ser uma região que em 2050 concentrará a maior população de pessoas entre 10 e 19 anos, etapa considerada pelas Nações Unidas como adolescência.

Assim, só a metade das crianças da África Subsaaariana completa o Ensino Primário e esta região apresenta as menores taxas de escolarização de Ensino Médio do planeta.

Apesar de 90% das crianças do mundo estar matriculada em escolas de educação primária, 71 milhões não continuam os estudos no Ensino Médio e 127 milhões de jovens entre 15 e 24 anos são analfabetos.

Outro dos desafios aos quais enfrentam os 12 bilhões de adolescentes que atualmente vivem no mundo é o da violência, em suas distintas manifestações.

As meninas são especialmente vulneráveis à violência dentro do casamento, por exemplo, na República Democrática do Congo, onde, como evidenciou uma pesquisa do Unicef, 70% das jovens que se casaram entre os 15 e os 19 anos sofreram maus-tratos nas mãos de seus parceiros atuais e anteriores.

Muitas adolescentes são forçadas a deixar a infância prematuramente e assumir papéis adultos, como esposas e mães, já que um terço das jovens casadas dos países em vias de desenvolvimento que agora têm entre 20 e 24 anos casaram antes dos 18 anos.

No Níger, por exemplo, a metade das jovens destas idades deu à luz também antes dos 18 anos. Na África, as complicações no parto e durante a gravidez são a principal causa de morte para as jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 19 anos.

EFE   
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