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Mundo

AI denuncia a morte de 36 jornalistas na Síria desde 2011

2 mai 2013 - 23h22
(atualizado às 23h25)
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Pelo menos 36 jornalistas morreram nos dois últimos anos na Síria vítimas de ataques deliberados, destinados a impedir o seu trabalho, denunciou a Anistia Internacional (AI) em um relatório divulgado nesta quinta-feira.

O documento, intitulado "Atirar no mensageiro: jornalistas acossados por todos os lados na Síria", assinala que dúzias de jornalistas foram assassinados, detidos arbitrariamente, sujeitos a desaparecimentos forçados e torturados desde 2011.

Coincidindo com o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a AI declarou que a Síria é um país "altamente perigoso" para o trabalho dos jornalistas, que sofrem "abusos" tanto por parte das autoridades sírias como dos grupos armados da oposição.

O relatório elaborado pela organização humanitária detalha dúzias de casos de repórteres que foram atacados ou detidos desde 2011 com o objetivo de "evitar que fosse relatada a situação na Síria".

Um dos casos mais conhecidos durante esses dois anos foi o da americana Marie Colvin, que morreu em 22 de fevereiro de 2012 junto ao fotógrafo francês Rémi Ochlik, durante um bombardeio do Exército na cidade de Homs.

Em seu relatório, a AI faz referência ao papel "crucial" dos chamados "jornalistas cidadãos", muitos dos quais "arriscam suas vidas" e, como seus colegas profissionais, "são vítimas de represálias".

"Voltamos a documentar a forma como todas as frentes deste conflito estão violando as leis de guerra, apesar de a escala do abuso por parte do Governo continuar sendo muito maior", disse a diretora adjunta da AI para Oriente Médio e Norte da África, Ann Harrison.

A organização defensora dos direitos humanos lembrou também que os jornais independentes e as estações de rádio e televisão "não puderam atuar de forma livre na Síria durante décadas".

As novas leis, que preveem uma maior liberdade de expressão, "não fizeram nada" para melhorar a situação na prática, já que os repórteres "continuam sendo perseguidos" por informar sobre temas como as violações dos direitos humanos.

EFE   
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