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Agricultor processa Monsanto por trigo transgênico nos EUA

Para a empresa, ação foi uma "iniciativa selvagem" sem fundamento

5 jun 2013 - 09h34
(atualizado às 11h12)
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Intacta RR2, da Monsanto, é uma das sementes geneticamente modificadas que estão bloqueadas no mercado chinês. Produto foi desenvolvido especialmente para a América Latina
Intacta RR2, da Monsanto, é uma das sementes geneticamente modificadas que estão bloqueadas no mercado chinês. Produto foi desenvolvido especialmente para a América Latina
Foto: Divulgação, Monsanto

Um produtor de trigo dos EUA entrou com uma ação judicial contra Monsanto, acusando a gigante da biotecnologia de sementes de grave negligência por não ter controlado um trigo experimental geneticamente modificado descoberto em um campo do Estado do Oregon, o que pôs em risco as exportações norte-americanas dessa commodity.

O fazendeiro Ernest Barnes, que cultiva trigo em Morton County, no sudoeste do Estado do Kansas, entrou com uma ação na segunda-feira na Corte Distrital dos EUA em Wichita, Kansas, alegando que ele e outros produtores de trigo foram prejudicados financeiramente pela descoberta do trigo transgênico não-aprovado, o qual a Monsanto dissera ter parado de testar e arquivado havia nove anos.

"A Monsanto liberou trigo GM (geneticamente modificado) para a população de trigo não-geneticamente modificado", afirma a petição. O ação também afirma que ele "foi prejudicado por todo e qualquer trigo GM Monsanto porque tem impactado as exportações de trigo e os preços do trigo".

Não se sabe o quanto de trigo não-aprovado se disseminou ou se houve contaminação de fontes de alimento. Mas alguns importadores de trigo dos EUA recuaram nas compras. Coreia do Sul e Japão suspenderam imediatamente as suas aquisições de trigo dos EUA e funcionários da União Europeia disseram que querem testar todas as remessas de entrada e bloquear todas as que contiverem trigo geneticamente modificado.

A ação não declara uma indenização específica por perdas e danos, mas diz que a quantia em disputa excede US$ 75 mil. Mais ações são prováveis, disse o advogado da parte queixosa.

A Monsanto disse que a ação foi uma "iniciativa selvagem" sem fundamento. Os advogados "entraram prematuramente com uma ação, sem qualquer evidência de culpa e antes da colheita da safra", disse o vice-presidente executivo e conselheiro geral da Monsanto, David Snively, em um comunicado.

A Monsanto afirmou ter seguido um "programa auditado, rigoroso, bem documentado e dirigido pelo governo" na realização de seus ensaios de campo de trigo, e que é provável que a presença de seu traço de biotecnologia no trigo seja muito limitada.

"Considerando os cuidados tomados, não existe nenhuma obrigação legal e a empresa vai apresentar uma defesa vigorosa", disse a Monsanto no comunicado.

A petição apresentada por Barnes alega que a Monsanto sabia existir um alto risco de o trigo geneticamente modificado que estava testando poder contaminar outras variedades de trigo, e que a empresa não conseguiu seguir os procedimentos adequados para manter afastado o trigo GM testado.

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