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África

Zimbábue vai às urnas em grande número para eleger novo presidente

31 jul 2013 - 16h19
(atualizado às 16h52)
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Eleitores do Zimbábue formam fila em centro de votação de Morondera, na região rural do país
Eleitores do Zimbábue formam fila em centro de votação de Morondera, na região rural do país
Foto: AP

Os zimbabuanos compareceram em massa às urnas nesta quarta-feira em eleições presidenciais com suspeitas de fraude em prol do presidente Robert Mugabe, de 89 anos, que está no poder há 33 e tenta a reeleição. Os colégios eleitorais abriram às 7h (2h de Brasília) e começaram a fechar às 19h (14h de Brasília). Cerca de 6,5 milhões de eleitores do Zimbábue foram convocados a votar, de uma população total de 12,9 milhões de pessoas, e a presidente da Comissão Eleitoral (ZEC) relatou uma "forte participação geral em todos os colégios eleitorais".

Robert Mugabe, que no passado foi eleito em eleições marcadas por fraude e violência, prometeu na terça-feira ao vivo na televisão que acataria o resultado das urnas. Mas o MDC, o partido de seu rival histórico e primeiro-ministro Morgan Tsvangirai, denunciou fraudes. Em 2009, Tsvangirai aceitou o cargo de primeiro-ministro sob a presidência de seu grande rival sob pressão da comunidade internacional para evitar uma guerra civil no país. Morgan Tsvangirai, de 61 anos, declarou esta manhã que vencerá as eleições.

Levantamentos confiáveis são raros, mas uma pesquisa realizada entre março e abril pelo grupo americano Williams indicou que 61% dos zimbabuanos são favoráveis ao MDC, movimento de Tsvangirai, em comparação com os 27% a favor do Zanu-PF, do presidente Mugabe. Mas o MDC denunciou irregularidades na composição das listas eleitorais, divulgadas a menos de 24 horas da votação. Seu conteúdo não pôde ser verificado.

Após se reunir com membros da Comissão Eleitoral na terça-feira, o ministro das Finanças e assessor de Tsvangirai, Tendai Biti, declarou que "ainda existem 2 milhões de mortos nas listas eleitorais". Outros dois milhões de pessoas (vivas) não conseguiram se registrar nos registros eleitorais, segundo ele.

Além disso, muitos cidadãos não conseguiram votar por não terem seus nomes nas listas, enquanto partidários do presidente distribuíam falsos atestados de inscrição, tornando possível depositar o voto na urna. "Eu sempre votei neste distrito, e me incomodou quando soube que meu nome não estava na lista", disse Gilbert Matsika no colégio eleitoral de Glen View, em Harare.

Mugabe, que com seu clã controla o Exército, a Polícia e os meios de comunicação, é acusado por várias ONGs de criar um clima de intimidação contra seus rivais. "Tenho certeza que as pessoas vão votar livremente, não há pressão contra ninguém", disse Mugabe depois de votar em uma escola primária em Highfield, no subúrbio de Harare.

Nas últimas eleições presidenciais em 2008, Tsvangirai saiu em vantagem com 47% dos votos no primeiro turno, contra 43% para Robert Mugabe. Partidários do presidente atacaram seus adversários, causando cerca de 200 mortes. Para evitar uma guerra civil, Tsvangirai retirou sua candidatura, deixando apenas o presidente no segundo turno.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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