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África

Violência na República Centro-Africana deixa 600 mortos e 159 mil deslocados

13 dez 2013 - 18h01
(atualizado às 18h01)
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ONG organiza distribuição de alimentos para grupo de desalojados nas proximidades do aeroporto de Bangui
ONG organiza distribuição de alimentos para grupo de desalojados nas proximidades do aeroporto de Bangui
Foto: AP

A violência na República Centro-africana causou 600 mortes e 159.000 deslocados, segundo balanço comunicado nesta sexta-feira, em Genebra, pelo Alto Comissariado para os Refugiados da ONU.

Segundo um porta-voz da ONU, na capital Bangui, os combates e a violência interconfessional da semana passada fizeram com que 159.000 pessoas abandonassem seus lares e provocaram a morte de 450 pessoas, assim como outras 160 em outras regiões do país. Também provocaram 159.000 deslocados na capital.

Nas províncias, milícias de autodefesa cristãs mataram 27 muçulmanos na quinta-feira, segundo uma porta-voz do Alto Comissariado. "Segundo a informação que recebemos, milícias de autodefesa, conhecidas como anti-Balaka, mataram 27 muçulmanos no povoado de Bohong (...) na quinta-feira, indicou Ravina Shamdasani. A fonte denunciou também um "círculo vicioso de ataques e represálias" no país.

O Alto Comissariado afirma que a situação melhorou na capital Bangui nos últimos dias, mas existe uma tensão crescente entre comunidades religiosas no país. A respeito dos deslocados, 38.000 pessoas estão atualmente aglomeradas no aeroporto de Bangui em condições precárias, afirmou, por sua vez, o porta-voz Adrian Edwards. E há 12.000 pessoas refugiadas em torno da igreja de Saint Joseph Mukasa. O porta-voz condenou a violência e pediu aos líderes de comunidades religiosas que "redobrem os esforços para conter a intolerância e a violência interreligiosa".

A França advertiu nesta sexta sobre uma verdadeira e perigosa espiral de violência sectária no país. O ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, viajou a Bangui, onde está posicionado boa parte do contingente enviado por seu país, e manterá conversações com autoridades centro-africanas. Os soldados franceses iniciaram na segunda-feira o desarmamento das milícias e grupos armados.

Os militares atuam por mandato da ONU e devem apoiar a força africana mobilizada ali para restabelecer a segurança no país. Após a autorização da ONU, o exército francês lançou uma operação de apoio a uma força africana já presente. Paris afirmou que o contingente francês será de 1.600 soldados.

A República Centro-Africana está em conflito desde que a coalizão rebelde Seleka, majoritariamente muçulmana, derrubou o presidente François Bozizé no mês de março. Um governo de transição liderado por um ex-rebelde perdeu o controle do país e grupos rivais, cristãos e muçulmanos, iniciaram uma série de confrontos extremamente violentos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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