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África

Unicef consegue libertar 250 meninos-soldado no Sudão do Sul

Desde dezembro de 2013, o país africano entrou em uma guerra civil em larga escala

22 mar 2015 - 20h41
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Um grupo rebelde do Sudão do Sul, mergulhado em uma guerra civil, libertou 250 meninos-soldado e fará o mesmo com outros 400 em breve, anunciou neste domingo (22) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

<p>A ação está alinhada com a operação de desmobilização de 3.000 meninos, anunciada no fim de janeiro</p>
A ação está alinhada com a operação de desmobilização de 3.000 meninos, anunciada no fim de janeiro
Foto: Mohamed Nureldin Abdallah / Reuters

A ação está alinhada com a operação de desmobilização de 3.000 meninos, anunciada no fim de janeiro. A libertação deste fim de semana eleva a "mais de 1.300 o número de meninos desmobilizados desde 26 de janeiro", indicou o Unicef em um comunicado.

Os meninos libertados integravam o Exército Democrático do Sudão do Sul (SSDA) - Facção Cobra, grupo rebelde do leste do país, comandado por David Yau Yau, com o qual o Unicef fez um acordo para libertar 3.000 menores recrutas, em uma das operações de desmobilização mais importantes já realizadas.

A agência estima que o custo da libertação e reinserção de cada menino leve dois anos e US$ 2.330. Mas apesar desta operação, milhares de menores continuam combatendo, tanto para os rebelde quanto para o governo.

Na sexta-feira, o organismo acusou os dois lados de intensificar o recrutamento forçado de menores, sequestrados em "batidas" e às "centenas" só no mês de fevereiro. No total, doze mil crianças, sobretudo meninos, foram recrutados no ano passado no Sudão do Sul, segundo o Unicef.

Em dezembro de 2013, o país entrou em uma guerra civil em larga escala, com dois bandos opostos: o exército leal ao presidente Salva Kiir e as tropas fiéis seu ex-vice-presidente, Riek Machar.

Os combates entre os dois lados, apoiados cada um por diversos grupos armados e milícias, venderam acompanhados de terríveis atrocidades cometidas contra a população civil sobre bases étnicas.

Guerra do Sudão do Sul

O Sudão do Sul é o país mais jovem do mundo, após se separar do Sudão em 2001. Durante a longa guerra pela independência (1983-2005), um grande número de meninos-soldado lutou lado a lado com rebeldes sulistas SPLA, que hoje formam o exército nacional sul-sudanês.

Sob pressão internacional, o novo país começou a fazer esforços para desmobilizar estes meninos e proibir o recrutamento de menores, mas a prática foi retomada com o início da guerra civil.

Desde então, dezenas de milhares de pessoas morreram, dois milhões tiveram que fugir de casa e quatro milhões estão à beira da inanição.

Crianças soldado dão adeus às armas no Sudão do Sul:

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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