Último presidente do apartheid parabeniza Mandela por aniversário
O último presidente do regime racista sul-africano do apartheid, Frederick De Klerk, prestou nesta quinta-feira homenagem à "extraordinária contribuição" de Nelson Mandela à África do Sul por ocasião do 95º aniversário do antigo estadista.
"Em seu aniversário, deveríamos comemorar a extraordinária contribuição que ele fez à África do Sul e a todo seu povo", manifestou De Klerk em comunicado. "Acho que através de seu exemplo e de seu compromisso inquebrantável com a reconciliação nacional, todos os sul-africanos, independentemente de sua raça ou afiliação política, podem agora considerá-lo seu", analisou o ex-mandatário.
Segundo De Klerk, 77 anos, a "longa viagem" de Mandela rumo à Presidência da África do Sul "simbolizou a luta pela liberdade e a democracia não racial para a maioria de nosso povo".
O antigo chefe de Estado lembrou que a presidência de Mandela (1994-1999) pôs "as bases da reconciliação nacional e a emergência de uma nova nação diversa e vibrante". "O lugar de Nelson Mandela na história da África do Sul - ressaltou - está garantido. Seu legado de coragem, perseverança e magnanimidade continuará nos inspirando e inspirando pessoas de todo o mundo durante gerações futuras".
Mandela, que completa hoje 95 anos e está internado em um hospital de Pretória desde 8 de junho pela recaída de uma infecção pulmonar, compartilhou com De Klerk o prêmio Nobel da Paz em 1993. A Academia Sueca premiou os dois líderes em reconhecimento de seu trabalho para a transição para a democracia e a convivência pacífica entre etnias na África do Sul.
Presidente do país entre 1989 e 1994, De Klerk libertou Mandela da prisão após 27 anos de detenção por suas atividades contra o sistema segregacionista do "apartheid". O último líder branco da África do Sul administrou em seu governo o desmantelamento ordenado do regime e negociou com o (antes proibido) Congresso Nacional Africano (CNA) de Mandela e outros grupos uma nova Constituição que lutasse contra a discriminação racial.
Nelson Mandela sucedeu De Klerk em 1994, ao vencer nas primeiras eleições multiétnicas da história sul-africana e fechar assim o círculo de uma transição exemplar.
