O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, declarou que seu país continua considerando Mohammed Mursi, deposto há duas semanas, como o presidente legítimo do Egito, informou nesta terça-feira o jornal local Sabah. "Para nós, Mursi continua ocupando legalmente seu cargo", assegurou o ministro em uma entrevista à emissora NTV e reproduzida hoje em vários diários.
O chefe da diplomacia turca criticou o golpe de Estado militar no Egito, ressaltou a legitimidade das eleições vencidas por Mursi e lamentou que o governo eleito nas urnas já não tivesse poder algum. Davutoglu advertiu sobre as possíveis consequências de um "efeito dominó ao contrário", caso o golpe dado no Egito não seja condenado de forma exata. "Se querem voltar ao sistema anterior, como em outros países, diria que no Egito foi aceito. Eles podem fazer algo similar no Iêmen, Tunísia e Líbia, onde há elementos que querem voltar ao que havia antes", alertou o ministro.
O chanceler turco acrescentou que medidas como a exclusão da Irmandade Muçulmana - a organização de Mursi - da política egípcia poderiam repercutir no aumento da violência em toda a região.
Por outra parte, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, assinalou em reunião parlamentar de seu partido, o islamita Justiça e Desenvolvimento (AKP), que rejeitou um pedido de reunião do recém designado vice-presidente egípcio, Mohamed El Baradei, informou hoje o jornal Radikal. "Quiseram nos usar para se legitimarem, mas rejeitamos", declarou Erdogan ao falar sobre sua recusa, segundo o Radikal.
1º de julho - Manifestante vestido com a máscara de Guy Fawkes exibe cartão vermelho para o presidente Mohamed Mursi durante protesto na Praça Tahrir. Após um grande ato no domingo (dia 30), centenas de milhares de pessoas voltaram às ruas exigindo que Mursi renunciasse ao cargo
Foto: AFP
1º de julho - Manifestantes saqueiam prédio da Irmandade Muçulmana no Cairo. Após massivos protestos contra Mursi no final de semana, confrontos se espalharam pelo país entre opositores e simpatizantes do presidente. O saldo de mortos já chegava a ao menos 18 vítimas fatais
Foto: AP
1º de julho - O presidente Mursi (dir.) se reúne com o primeiro-ministro, Hesham Kandil (centro) e o ministro da Defesa e chefe das Forças Armadas, Abdel Fattah el-Sisi, no Cairo. Em nome do Exército, Siisi deu um ultimato para que as forças políticas do país resolvessem em 48 horas a situação que levaram milhões de pessoas às ruas
Foto: AP
1º de julho - Helicópteros militares sobrevoam a Praça Tahrir, no Cairo, com bandeiras do Egito. As Forças Armadas dão um ultimato às forças políticas do país para que o impasse político seja resolvido
Foto: AP
1º de julho - Centenas de milhares de pessoas lotam a Praça Tahrir após o anúncio do ultimato dos militares
Foto: AFP
1º de julho - Silhueta de opositores egípcios que exigem a renúncia de Mursi após o ultimato dado pelos militares
Foto: AP
1º de julho - Fogos de artifício explodem sobre manifestação anti-Mursi nos arredores do Palácio Presidencial, no Cairo
Foto: AP
1º de julho - Simpatizantes de Mursi se manifestam enquanto fogos de artifício explodem sobre a região de Nasser, no Cairo
Foto: AP
2 de julho - Simpatizantes de Mursi treinam luta e se preparam para proteger o regime do presidente nos arredores da mesquita Rabia el-Adawiya, no Cairo
Foto: AP
2 de julho - Voluntários fazem cordão humano para proteger mulheres de agressões sexuais durante protesto contra Mursi na Praça Tahrir, no Cairo. Organizações de direitos humanos denunciaram que dezenas de mulheres foram violentadas em meio às manifestações e em vias de acesso
Foto: AP
2 de julho - Simpatizantes de Mursi tremulam bandeira enquanto helicóptero militar sobrevoa ato em Alexandria. As Forças Armadas sugerem que Mursi dê espaço para uma administração interina, o cancelamento da constituição de perfil islâmico e a convocação de novas eleições para 2014
Foto: Reuters
2 de julho - Manifestantes tomam ponte nas proximidades da Praça Tahrir para acessarem o protesto contra Mursi
Foto: Reuters
2 de julho - Policiais à paisada armados com fuzis acompanham manifestação anti-Mursi em Gizé
Foto: AP
2 de julho - Manifestante carregam bandeira gigante do Egito durante protesto contra Mursi no Palácio Presidencial, no Cairo
Foto: AP
2 de julho - Manifestantes contrários a Mursi projetam com lasers a expressão Game Over (o jogo acabou, do inglês) em prédio na Praça Tahrir. Durante a noite, Mursi discursa, defende a si próprio como o único representante legítimo do Egito e nega renunciar
Foto: AFP
3 de julho - Manifestante protesta em frente à veículo em chamas durante confronto entre opositores e seguidores de Mursi em Gizé, durante a madrugada
Foto: AP
3 de julho - Manifestante ferido reage após confronto entre moradores e seguidores da Irmandade Muçulmana nos arredores da Universidade do Cairo. O ministério da Saúde aponta que mais 18 pessoas morreram nesses confrontos, iniciados na véspera
Foto: AFP
3 de julho - Simpatizantes de Mursi rezam durante ato pró-Irmandade Muçulmana em frente à mesquita Raba El-Adwya, no Cairo
Foto: Reuters
3 de julho - Crianças egípcias seguram bandeiras do país e interagem com militares enquanto as Forças Armadas ocupam ruas do Cairo após o fim do ultimato para que o impasse político fosse resolvido
Foto: AFP
3 de julho - Militares com armas em mãos montam guarda em manifestação contra Mursi nas proximidades da sede da Guarda Republicana, no Cairo. Um assessor de Mursi afirma que um golpe militar está em andamento
Foto: Reuters
3° de julho - Opositor de Mursi dá um beijo em militar durante ato nos arredores da Universidade do Cairo
Foto: AFP
3 de julho - Fogos de artifício explodem sobre a Praça Tahrir em comemoração à queda do presidente Mursi. O chefe das Forças Armadas, Abdel Fattah al-Sisi, anuncia na televisão estatal que a deposição de Mursi. A Constituição é suspensa
Foto: AP
3 de julho - Manifestante exibe foto do general Abdel Fattah al-Sisi, chefe das Forças Armadas, após ele anunciar a deposição do presidente Mursi
Foto: Reuters
3 de julho - Membros da Irmandade Muçulmana e seguidores de Mursi exibem fotos do presidente deposto após o anúncio dos militares, no Cairo. Mursi denuncia um golpe militar contra um "Egito civil e democrático" e diz que segue sendo o presidente legítimo do país. Ele é mantido em prisão domiciliar
Foto: Reuters
3 de julho - Manifestantes celebram a queda Mursi na Praça Tahrir. Novos confrontos pelo país após o anúncio militar deixam 15 mortos