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Estados Unidos

Tunísia recorre de pena a manifestantes que atacaram embaixada dos EUA

31 mai 2013 - 09h40
(atualizado às 10h01)
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O Ministério Público recorrerá da sentença considerada "leve" para os 20 acusados do ataque contra a embaixada dos Estados Unidos em Túnis, condenados a penas de prisão com sursis, declarou nesta sexta-feira o ministro da Justiça, dizendo entender o descontentamento de Washington.

"O MP recorreu. Entendemos a reação dos Estados Unidos, porque eles são a parte lesada, os estragos foram enormes e o veredicto foi brando", declarou o ministro Ben Naadhir Ammou, acrescentando que o governo da Tunísia "não está satisfeito com este julgamento".

O Tribunal de primeira instância de Túnis condenou na terça-feira a dois anos de prisão com sursis 20 pessoas que participaram em setembro do ataque contra a embaixada, atribuído pelas autoridades tunisinas ao movimento salafista jihadista.

O julgamento durou apenas algumas horas e o veredicto foi proferido na mesma noite. A representação diplomática americana reagiu dizendo estar "profundamente preocupada".

"O governo da Tunísia declarou publicamente sua oposição a aqueles que recorrem à violência. Através de suas ações, o governo tunisiano também deve demonstrar que não tolera aqueles que defendem e se utilizam da violência para atingir seus objetivos. O veredicto de 28 de maio falhou a esse respeito", considerou.

O ministro da Justiça ressaltou nesta sexta-feira que a decisão de recorrer foi tomada "antes mesmo do comunicado da embaixada", que foi criticado por alguns políticos como uma "tentativa de ingerência". Ben Ammou considerou que o julgamento foi "contrário à lei".

Em setembro, a difusão na internet de trechos de um filme islamofóbico provocou uma onda de violência em todo o mundo muçulmano. Em Túnis, a embaixada americana foi atacada por uma multidão de manifestantes. Quatro pessoas foram mortas.

A representação diplomática e uma escola americana foram parcialmente incendiadas e saqueadas. Cerca de 80 pessoas ainda aguardam julgamento por seu envolvimento na violência de 14 de setembro, de acordo com seus advogados.

Os supostos organizadores não foram presos, particularmente Abu Iaydh, chefe do movimento jihadista Ansar Asharia e veterano da Al-Qaeda no Afeganistão, que está foragido.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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