O Sudão do Sul se tornou oficialmente às 18h01 desta sexta-feira (hora de Brasília, 0h01 de sábado, hora local) o mais novo país do mundo, ao se tornar independente do restante do Sudão.
Nas ruas da capital do país, Juba, centenas de pessoas comemoraram a independência logo após o horário oficial da separação do norte.
a Juba Will Ross, às vésperas do nascimento do país as rádios tocaram sem parar o hino nacional sul-sudanês, composto por estudantes locais.
O país nasce a partir de um acordo de paz firmado em 2005, após 12 anos de uma guerra civil que deixou 1,5 milhão de mortos. Em janeiro, 99% dos eleitores do Sudão do Sul votaram a favor da separação da região, predominantemente cristã e animista, em relação ao norte, governado a partir de Cartum, onde a população é em sua maioria muçulmana e de origem árabe.
Nesta sexta-feira, o governo do presidente sudanês, Omar Bashir, reconheceu formalmente a independência da parte sul de seu país. Ele estará em Juba, no sábado para a festa, assim como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que será recepcionado pelo presidente interino do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit.
Apesar de possuir grandes reservas de petróleo, o Sudão do Sul nasce como um dos países mais pobres do mundo, com a maior taxa de mortalidade materna, a maioria das crianças fora da escola e um índice de analfabetismo que chega em 84% entre as mulheres.
Embora não haja estatísticas oficiais, a ONU estima que a população do país varie entre 7,5 e 9,5 milhões. O Sudão do Sul também nasce sendo um dos maiores do continente, superando as áreas de Quênia, Uganda e Ruanda somadas.
Abyei e Kordofan A independência está sendo celebrada sem que as fronteiras entre o sul e o norte já estejam completamente definidas. Um foco de tensão é o debate sobre quem ficará a região de Abyei, rica em petróleo.
Em maio, forças do Sudão do Norte entraram em Abyei. Os conflitos forçaram 170 mil pessoas a deixarem suas casas, para fugir da violência.
O acordo de 2005 previa um referendo para os moradores da área decidirem se ficariam com o norte ou o sul, mas por causa da tensão a votação ainda não ocorreu.
Antecipando-se a uma eventual retomada da guerra civil, o Conselho de Segurança da ONU aprovou, também em maio, o envio de uma missão de paz com 7 mil militares para a área, a maioria da Etiópia.
A separação também acendeu os ânimos na região de Kordofan do Sul, que está sob controle do governo de Cartum. Povoada por minorias étnicas sem ligação com a população árabe do norte, a região quer se juntar ao novo país. Confrontos na região já provocaram o deslocamento de 60 mil moradores.
Petróleo, selos e capital A questão do petróleo é uma das questões mais sensíveis na divisão do Sudão. A maior parte das reservas fica no sul, mas quase toda a infraestrutura para refino e transporte fica no norte. Por enquanto, a receita é dividida meio a meio.
Além de discutir uma nova divisão nos lucros, o sul e o norte também têm de dividir a dívida pública do Sudão. A nacionalidade dos sul-sudaneses que vivem no norte é outro problema. O governo de Cartum já revogou a cidadania destas pessoas, que agora migram em massa para a antiga terra natal, para se tornarem cidadãos do mais novo país do mundo.
Mas as delicadas questão envolvendo o norte não são os únicos problemas que o Sudão do Sul está tendo que enfrentar. O país ainda discute, por exemplo, quem irá estampar as notas da futura nova moeda, o design dos selos e até qual será a capital - Juba ou uma nova cidade a ser construída, que pode até ter o formato de animais ou frutas africanas.
O nascimento do país também provocou mudanças na ONU, onde engenheiros discutem se incluem mais uma cadeira no já apertado plenário da Assembleia Geral, ou se o Sudão do Sul vai ocupar o espaço do Vaticano ou da Autoridade Palestina, que têm assento na sala, mas não são Estados-membros.
O professor Abdullah al-Sadeq explica aos jornalistas o mapa do Sudão, separado do território do Sudão do Sul
Foto: AFP
Um jornalista sudanês olha para um livreto com as novas informações sobre o Sudão do Sul durante uma conferência de imprensa em Khartoum
Foto: AFP
O ministro da Informação sudanês, Kamal Mohammed Obeid, revela aos jornalistas o novo mapa do Sudão. A independência formal do Sudão do Sul será em 9 de julho
Foto: AFP
Imagem da futura capital de Sudão do Sul apenas cinco dias antes do país declarar oficialmente sua independência. Depois de décadas de guerra, o novo país tem pouca infraestrutura e a maioria das pessoas depende de água bombeada de rios e poços
Foto: AFP
Um comerciante de rua em Juba, capital do Sudão do Sul. Esta cidade foi deixada em ruínas após décadas de conflito, o que levou seu povo a votação esmagadora de se separar do norte
Foto: AFP
Um comerciante vende varas no tradicional mercado de Juba. Em apenas cinco dias, o Sudão do Sul vai declarar oficialmente sua independência
Foto: AFP
Homens andam de moto-táxis na capital de Sudão do Sul, em Juba. A mais nova capital do mundo é uma cidade danificada pela guerra, com estradas irregulares espalhadas ao longo das margens do Rio Nilo
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Segurando rifles AK-47, soldados do Sudão do Sul participam de cerimônia na capital Juba, às vésperas da independência do país, marcada para o próximo sábado, dia 9 de julho
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Polícia Militar do Exército do Sudão marcha durante ensaio de desfile militar em Juba. Dentro de quatro dias, o Sudão do Sul vai declarar oficialmente sua independência após 21 anos de guerra
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Pessoas acenam com bandeiras do Sudão do Sul em um comício organizado pelo Movimento Popular de Libertação do Sudão em Juba
Foto: EFE
Homens em trajes típicos durante ensaio de desfile militar em Juba, Sudão do Sul, nesta terça-feira. Dentro de quatro dias, este país vai declarar oficialmente a independência do Sudão
Foto: EFE
Pessoas dançam e comemoram a oficialização da independência do Sudão do Sul, que acontecerá em quatro dias
Foto: EFE
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O ministro das Relações Exteriores do Sudão, Ali Ahmad Karti (dir.) se reúne com o enviado russo à África, Mikhail Margelov, em Cartum, um dia antes do Sudão do Sul se separar do norte e tornar-se a mais jovem nação do mundo
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Mulheres realizam um desfile cultural em Juba, a capital do país que ficará independente no sábado
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Soldados do Sudão do Sul prestam atenção durante a execução do hino nacional, em ensaio das festividades da independência do país, em Juba
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Mulheres posam para uma fotografia durante um ensaio para as comemorações da independência, em Juba
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Soldados do Sudão do Sul garantem a segurança durante os preparativos para a independência do país. O governo organiza a comemoração da independência que ocorre no sábado, dia 9 de julho
Foto: AP
Os membros das forças de segurança do Sudão do Sul se preparam para desfile das comemorações da independência. Na capital do novo país as ruas estão sendo enfeitadas e as armas do mercado negro estão sendo confiscadas para que tudo ocorra bem na festa de sábado
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Um homem segura a nova bandeira do Sudão do Sul e ensaia uma coreografia, a ser apresentada no intervalo da partida de futebol entre as equipes do Sudão do Sul e do Quênia, como parte das celebrações do Dia da Independência, em Juba
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Com a bandeira do novo país, cidadão do Sudão do Sul comemora a independência nas ruas de Juba
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Felizes com a independência, cidadãos do Sudão do Sul se deitam nas frentes dos carros nas ruas da capital Juba
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O Sudão do Sul se tornou oficialmente às 18h01 desta sexta-feira (hora de Brasília, 0h01 de sábado, hora local)
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Segundo o enviado da BBC a Juba Will Ross, às vésperas do nascimento do país as rádios tocaram sem parar o hino nacional sul-sudanês, composto por estudantes locais
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O país nasce a partir de um acordo de paz firmado em 2005, após 12 anos de uma guerra civil que deixou 1,5 milhão de mortos
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Em janeiro, 99% dos eleitores do Sudão do Sul votaram a favor da separação da região
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Povo vai às ruas com a bandeira do Sudão do Sul para celebrar a independência
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Segundo a ONU, esta é a declaração de independência de número 193
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O Sudão do Sul se proclamou independente oficialmente, separando-se do norte depois de cinco décadas de conflitos que mergulharam o novo país em miséria
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Mulheres sudanesas comemoram independência do Sudão do Sul
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Helicópteros militares sudaneses carregam duas bandeiras do Sudão do Sul, durante cerimônia na capital
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Milhares de sul-sudaneses dançaram e comemoraram a criação de um novo país