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África

Sobe para 278 o total de mortos em dia de caos e violência no Egito

Irmandade Muçulmana diz que número de vítimas é muito superior ao anunciado pelo governo no dia mais sangrento desde a deposição de Mursi

14 ago 2013 - 17h25
(atualizado em 15/8/2013 às 10h56)
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Manifestante pró-Mursi chora ao lado de mulher em meio aos confrontos com as forças de segurança perto de acampamentos da Universidade do Cairo, no distrito de Gizé
Manifestante pró-Mursi chora ao lado de mulher em meio aos confrontos com as forças de segurança perto de acampamentos da Universidade do Cairo, no distrito de Gizé
Foto: AP

Pelo menos 278 pessoas morreram e 2.001 ficaram feridas no Egito nesta quarta-feira, o mais violento dia desde a deposição do presidente Mohamed Mursi em 3 de julho. O número, anunciado pelo ministério da Saúde egípcio, inclui os 43 policiais mortos anteriormente citados pelo ministério do Interior.

Os confrontos de hoje se originaram com uma grande operação das forças de seguranças para desmantelar a mobilização de manifestantes pró-Mursi acampados havia semanas no Cairo em protesto permanente contra a deposição do primeiro presidente democraticamente eleito na história do país africano. O governo vinha alertando os manifestantes para encerrar a mobilização, ao passo que os manifestantes mantinham a posição de não interromper o ato de desafio ao governo militar interino.

A cenário para a tragédia em um país dividido estava montada, e a ação logo deflagrou intensos confrontos entre os opositores e os policiais e oficiais das forças de segurança, mergulhando o país em um mar de caos e violência. Os números de mortos e feridos cresciam constantemente à medida que o governo egípcio se tornava alvo de críticas da comunidade internacional.

Como reação à repressão das forças de segurança, o vice-presidente e ícone opositor Mohamed ElBaradei renunciou hoje a seu cargo no governo. "Se tornou difícil para mim continuar a assumir a responsabilidade de decisões com as quais não estou de acordo", escreveu ele em carta-renúncia ao presidente Adly Mansour.

A Irmandade Muçulmana, grupo político aliado de Mursi, acusa o governo de abuso de força contra os manifestantes e afirma que o número de vítimas fatais é superior ao indicado oficialmente. O ministério do Interior, por sua vez, confirmou que, do total de mortes, 43 são policiais; além disso, segundo o Interior, manifestantes pró-Mursi teriam invadido e depredado inúmeros postos policiais e igrejas em todo o país.

Esta quarta-feira é o mais violento dia desde a polêmica deposição de Mursi e seu curto governo pelos militares no dia 3 de julho e um dos mais sangrentos desde a revolução de fevereiro de 2011 que encerrou a era Hosni Mubarak. Menos de uma semana depois da sua renúncia forçada, uma ação do Exército contra simpatizantes de Mursi resultou em pelo menos 51 mortos.

infográfico massacre egito
infográfico massacre egito
Foto: AFP

Com informações das agências internacionais.

Fonte: Terra
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